A sede da Federal Reserve, o banco central americano (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2015 às 21h14.
Washington - O Federal Reserve (Fed), banco central americano, mostrou preocupação com a possibilidade de uma falta de acordo na crise grega possa afundar os mercados na Europa e contaminar a economia dos Estados Unidos, revelaram as atas da reunião de junho publicadas nesta quarta-feira.
"Muitos participantes expressaram sua preocupação de que uma falta de acordo entre a Grécia e seus credores oficiais que resolva suas diferenças possa resultar em um impacto nos mercados financeiros da zona do euro, com possível contágio aos Estados Unidos", segundo o documento.
Só um dos dez membros do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve se mostrou a favor de elevar as taxas de juros em junho, e a maioria considerou que não se davam as condições que permitissem a primeira alta desde 2008.
Esse membro também se inclinou por esperar "mais uma ou duas reuniões" para anunciar a primeira alta das taxas de juros, próximas de zero desde o final de 2008.
A maioria dos membros do Comitê Aberto preferiu, na reunião de junho, não anunciar uma alta dos juros à espera que "o crescimento econômico seja mais sólido e as condições do mercado de trabalho estejam suficientemente estáveis para que a inflação se situe nos objetivos do Comitê".
O Fed espera anunciar uma alta de pelo menos 0,25 ponto antes do fim do ano, desde que os dados de desemprego se mantenham como até agora e os índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação melhorem.
No entanto, a incerteza externa preocupa mais o Fed, que acompanha atentamente as negociações entre a União Europeia e a Grécia para um acordo que evite que o país europeu caia na insolvência e seja condenado a abandonar o euro.
As atas indicam que alguns membros do Comitê de Mercado Aberto estão mais preocupados com a situação grega e não têm certeza se os credores vão alcançar um acordo que salve a economia grega.
Além disso, os chefes da política monetária americana também já estavam em junho preocupados com a situação econômica da China, onde as bolsas sofrem há três semanas com fortes quedas, o que levanta a preocupação de que a primeira economia asiática esteja se aproximando da explosão de uma bolha, que teria graves ramificações no mundo todo.