Economia

Fed renova promessa de juros perto de zero

O banco central anunciou outra redução de 10 bilhões de dólares de suas compras mensais de ativos, deixando o programa em vias de acabar no mês que vem


	Federal Reserve: banco central repetiu preocupações com ociosidade do mercado de trabalho
 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

Federal Reserve: banco central repetiu preocupações com ociosidade do mercado de trabalho (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2014 às 16h11.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reafirmou nesta quarta-feira a promessa de manter as taxas de juros perto de zero por um "horizonte relevante", mas divulgou projeções que sugerem que poderá elevar o custo dos empréstimos um pouco mais rápido do que se pensava há alguns meses. 

Muitos economistas e operadores esperavam que o Fed mudasse a orientação futura sobre os juros que tem fornecido desde março, dada a melhora em geral nos indicadores de desempenho da economia.

Mas o Fed repetiu a garantia de que os juros continuarão ultrabaixos por um "horizonte relevante" após o fim do programa de compra de títulos. Em comunicado após reunião de dois dias, o banco central anunciou outra redução de 10 bilhões de dólares em suas compras mensais de ativos, colocando o programa no caminho de acabar no próximo mês. 

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) também repetiu sua avaliação de que um capacidade ociosa "significativa" permanece no mercado de trabalho dos EUA, em mais um sinal de que não tem pressa em elevar os juros de referência. 

"No balanço, as condições do mercado de trabalho melhoraram um pouco mais; entretanto, a taxa de desemprego pouco mudou", disse o Fomc em seu comunicado.

O presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, e o presidente do Fed da Filadélfia, Charles Ploser, foram dissidentes, ao argumentarem que a orientação sobre os juros pode amarrar as mãos do banco central caso ele sinta que deva agir mais rápido para apertar a política monetária. 

As ações pouco se moveram após a divulgação do comunicado, enquanto o dólar atingiu o nível mais alto ante o iene japonês desde setembro de 2008. 

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram, com os operadores precificando a possibilidade de juros futuros mais altos no futuro. 

O Fed também publicou projeções trimestrais econômicas e da taxa de juros de seus 17 membros. As novas projeções sugerem um ritmo mais rápido de alta de juros do que previsto nas projeções de junho.

Para o fim do próximo ano, a mediana das projeções subiu para 1,375 por cento, contra 1,125 por cento em junho, enquanto a projeção para o fim de 2016 foi elevada a 2,875 ante 2,50 por cento. 

Para 2017, a mediana permaneceu em 3,75 por cento, nível que as autoridades consideram não ser nem restritivo nem estimulador.

O Fed também divulgou um novo plano para a sua chamada estratégia de saída, esboçando medidas importantes que planeja adotar ao sair de uma política monetária mais frouxa para uma mais normal. 

Entre seus planos, o Fed disse que espera encerrar ou diminuir o reinvestimento dos rendimentos do seu enorme estoque de títulos em algum momento após começar a elevar a taxa de juros, dependendo da situação da economia.

Texto atualizado às 16h09min do mesmo dia, para adicionar mais informações.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemIndicadores econômicosJurosMercado de trabalhoMercado financeiroPaíses ricosTaxas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto