Fed: "As medidas de confiança de consumidores e das empresas melhoraram", informou o Fed (Kevin Lamarque/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 17h19.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2017 às 18h05.
Washington - O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve suas taxas de juros nesta quarta-feira, primeira reunião desde que Donald Trump assumiu a Presidência dos Estados Unidos, mas projetou cenário relativamente positivo da economia, sugerindo que estava no caminho para apertar a política monetária neste ano.
O Fed informou que os ganhos no emprego continuaram sólidos, que a inflação havia subido e que a confiança econômica estava crescendo, embora não tenha dado nenhum sinal firme sobre o momento de seu próximo ajuste da taxa de juros.
"As medidas de confiança de consumidores e das empresas melhoraram", informou o Fed em declaração unânime após a reunião de dois dias, na qual deixou sua taxa de juros na faixa de 0,50 a 0,75 por cento.
Os membros do Fed também destacaram que o desemprego ainda está perto de sua recente baixa, atualmente em 4,7 por cento, nível que muitos consideram ser de pleno emprego.
O banco central elevou as taxas de juros em dezembro apenas pela segunda vez em uma década e previu três aumentos em 2017. O Fed ainda está aguardando a clareza sobre o possível impacto das políticas econômicas de Trump.
Recentemente, a chair do Fed, Janet Yellen, ressaltou que com a economia perto do pleno emprego, o Fed corria o risco de se deparar com uma "surpresa desagradável" sobre inflação se fosse muito lento com aumentos de taxas.
O Fed informou em seu comunicado que ainda espera que a inflação aumente para seu objetivo de 2 por cento no médio prazo, embora tenha notado que as medidas baseadas no mercado para inflação ainda estão baixas e as expectativas de longo prazo estão pouco alteradas.
Os investidores tinham descartado aumento nos juros nesta semana, dada a incerteza em torno das políticas fiscais e comerciais do Trump e como elas afetariam as perspectivas do Fed.
As promessas de Trump sobre gastos em infraestrutura, reduções de impostos, reversões de regulação e renegociação de acordos comerciais poderiam estimular rapidamente a inflação, o que pode exigir ritmo mais rápido de aumentos de taxas.
O presidente norte-americano deu poucos detalhes sobre seus planos econômicos ou cronograma para sua implantação, enquanto o anúncio de políticas vistas por muitos como protecionistas e a imigração reprimida causaram nervosismo no mercado.