Economia

Fed mantém juros, mas sólido crescimento indica alta em dezembro

O Fed reconheceu que a inflação continuava baixa, mas não reduziu sua avaliação sobre as expectativas sobre os preços

Fed: as autoridades do Fed foram influenciadas nos últimos meses por uma economia global e doméstica mais forte (Kevin Lamarque/Reuters)

Fed: as autoridades do Fed foram influenciadas nos últimos meses por uma economia global e doméstica mais forte (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 16h43.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve os juros na faixa de 1 a 1,25 por cento nesta quarta-feira e ressaltou o sólido crescimento econômico do país e o fortalecimento no mercado de trabalho, enquanto minimizou o impacto dos recentes furacões, sinal de que está no caminho para aumentar a taxa em dezembro.

O Fed reconheceu que a inflação continuava baixa, mas não reduziu sua avaliação sobre as expectativas sobre os preços, ao mesmo tempo em que notou que a taxa de desemprego do país havia caído ainda mais.

"O mercado de trabalho continuou a se fortalecer e... a atividade econômica tem crescido com ritmo sólido apesar de interrupções relacionadas aos furacões", informou o Fed em comunicado.

O Fed aumentou os juros duas vezes este ano e atualmente prevê outra alta em dezembro como parte do ciclo de aperto que começou no final de 2015.

Os investidores estavam amplamente focados em quem será responsável pela política monetária no final do primeiro mandato da atual chair do Fed, Janet Yellen, em fevereiro de 2018.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá anunciar na quinta-feira a indicação do atual diretor do Fed Jerome Powell, um centrista de fala mansa que apoiou a abordagem gradual de Yellen para elevar as taxas.

Redução no balanço

O tom encorajador da decisão de agora ressaltou que o banco central está preparado para outro impulso em sua taxa de empréstimo de referência.

As autoridades do Fed foram influenciadas nos últimos meses por uma economia global e doméstica mais forte e maior aperto no mercado de trabalho dos EUA, embora estejam divididos quanto às causas e duração da atual fraqueza da inflação.

A medida de inflação preferida do Fed está em 1,3 por cento após recuar mais da meta de 2 por cento durante a maior parte do ano.

Ainda assim, Yellen e outras importantes autoridades disseram que o Fed espera continuar aumentando gradualmente as taxas, dada a força da economia no geral. Em sua declaração, o Fed reiterou que espera que a inflação volte a subir à meta no médio prazo.

As condições financeiras dos EUA permanecem amplas, fortalecendo o argumento de que outro aumento da taxa não retardaria o crescimento. O governo informou na semana passada que a economia cresceu à taxa anual de 3 por cento no terceiro trimestre.

Uma queda na contratação em setembro também foi descartada como uma explosão causada pelo deslocamento temporário de trabalhadores devido a furacões Harvey e Irma.

O relatório de empregos mostra os salários crescendo em ritmo crescente e a taxa de desemprego caindo para a mínima de mais de 16 anos e meio, a 4,2 por cento.

O Fed informo ainda que a redução planejada de 4,5 trilhões de dólares no balanço patrimonial, que começou em outubro, prosseguia.

Não houve nenhuma dissidência na decisão do Fed. O banco central realizará sua última reunião do ano nos dias 12 e 13 de dezembro.

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