Chair do Federal Reserve, Janet Yellen, discursa durante encontro do Clube Econômico de Nova York (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2014 às 16h21.
Washington - Autoridades do Federal Reserve abriram caminho no mês passado para eventual retirada da política monetária ultraexpansionista ao debater as ferramentas que poderiam ser utilizadas na tarefa, mas decisões não foram tomadas.
Segundo a ata da reunião de abril do banco central dos Estados Unidos divulgada nesta quarta-feira, a equipe do Fed apresentou diversas maneiras de elevar as taxas de juros de curto prazo, mas disseram que a discussão é apenas um "planejamento prudente" e não um sinal de que a alta dos juros virá em algum momento em breve.
O debate sobre quando abandonar a política monetária altamente expansionista do Fed e quais ferramentas serão mais eficazes é o mais recente sinal a indicar que o Fed está preparado para deixar para trás as taxas de juros quase zeradas e os trilhões de dólares em compras de títulos.
"Os participantes concordaram de forma geral que começar a considerar as opções para normalização nesta reunião era prudente, pois ajudaria o Fomc a tomar decisões sobre a normalização e comunicar os planos ao público bem antes de os primeiros passos na normalização da política monetária tornarem-se apropriados", trouxe a ata da reunião de 29 e 30 de abril do Fomc.
"A discussão do Fomc desse tópico foi tomada como parte de planejamento prudente e não implica que a normalização vai necessariamente começar em algum momento em breve", acrescentou.
A maioria dos investidores não espera que o Fed eleve a taxa de juros até meados do ano que vem, pelo menos, e a ata não gerou grandes mudanças nessas apostas.
O rendimento dos títulos da dívida dos Estados Unidos de 10 anos não registrou grandes variações após a divulgação da ata, mas as ações atingiram brevemente a máxima da sessão antes de perder um pouco do fôlego.
O dólar também ficou inalterado em relação ao iene e ao euro. "A ata foi um pouco vaga. Ela não diz muito sobre a trajetória da política monetária", afirmou o economista sênior do PNC Financial Services Gus Faucher.
Além das conversas sobre a estratégia de saída, a ata mostrou amplas discussões sobre as estatísticas do mercado de trabalho e o que os dados dizem sobre inflação e pressão salarial.
Diversas autoridades do Fed argumentaram que há um pouco mais de ociosidade no mercado de trabalho do que mostra a taxa de desemprego de 6,3 por cento, citando os lentos ganhos salariais como evidência desse cenário.
A ata também mostrou que um integrante do banco central dos EUA sugeriu que a subutilização no mercado de trabalho estava caindo, em linha com a taxa oficial de desemprego.