Economia

Fed espera retomada a partir do 2º semestre, mas não precisa data

De acordo com Jerome Powell, eficiência no cumprimento das normas da quarentena nos EUA apressará o retorno da normalidade econômica

Estados Unidos: presidente do Fed lembrou que vários dos programas de crédito do Fed dependem de poderes para concessão de empréstimos emergenciais (Olaser/Getty Images)

Estados Unidos: presidente do Fed lembrou que vários dos programas de crédito do Fed dependem de poderes para concessão de empréstimos emergenciais (Olaser/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2020 às 13h51.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às 13h53.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou nesta quinta-feira, 9, que a maioria dos economistas da instituição que comanda espera uma retomada econômica a partir do segundo semestre.

Segundo ele porém, é difícil precisar uma data para isso, já que tudo dependerá do desenvolvimento da pandemia de coronavírus e do ritmo da reabertura. "Quando pandemia for controlada, esperamos retomada rápida", disse ele, em resposta a questões realizadas feitas após discurso virtual.

Powell admitiu que a expectativa agora é de economia "muito fraca" no segundo trimestre, com enfraquecimento considerável do mercado de trabalho.

De acordo com ele, o Fed "agiu rápido" e de modo "enérgico" ao estabelecer vários programas nas últimas semanas, a fim de apoiar as condições do mercado, que "melhoraram, de forma geral".

O presidente do Fed lembrou que vários dos programas de crédito do Fed dependem de poderes para concessão de empréstimos emergenciais. Ele disse que o BC tem olhado para setores mais afetados pelo quadro atual, para garantir que eles tenham acesso a crédito. "Não há limite do que podemos fazer, desde que esteja amparado por legislação", comentou sobre os possíveis próximos passos.

Powell disse também que, no quadro atual, a inflação não está entre suas preocupações. "Não há preocupação de primeira ordem hoje de risco de inflação muito alta adiante", garantiu.

Eficiência da quarentena

O presidente do Federal Reserve afirmou que a eficiência no cumprimento das normas da quarentena nos Estados Unidos apressará o retorno da normalidade econômica.

Em resposta a questões após discurso virtual, Powell ponderou que o efeito sobre a economia da crise atual "pode ser pequeno", caso todos os passos sejam seguidos de modo correto. "As pessoas estão se sacrificando pelo bem comum, devemos protegê-las", disse, lembrando que as vítimas dos problemas gerados não têm culpa alguma pelo que ocorreu.

Powell admitiu que a época atual é difícil para muitos, com pessoas próximas ou elas mesmas doentes, perda de emprego e incertezas, mas demonstrou esperança sobre o futuro: "Se fizermos o necessário, temos tudo para acreditar em recuperação robusta adiante", afirmou.

O presidente do Fed avaliou novamente que a política monetária está "no lugar exatamente correto agora", dizendo que sua maior atenção agora está voltada para os programas de empréstimos.

"O principal foco agora é manter o crédito fluindo para as famílias e as empresas", destacou, dizendo ainda que o BC americano não tem pressa para recuar nas compras de bônus e em outros programas para apoiar a economia. Eles devem ser mantidos até que a economia mostre novamente robustez e serão retirados apenas de modo gradual, adiantou.

Powell disse ainda que o Fed está disposto a adaptar seus programas, caso isso se mostre necessário. "Nossos instrumentos também permitirão retomada robusta à frente", prometeu.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemJerome Powell

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto