Fed: autoridades que apoiam aperto monetário citam queda do desemprego e outros sinais de fortalecimento da economia (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2014 às 15h35.
Rapid City - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deveria manter os juros perto de zero até pelo menos o fim do ano que vem, disse nesta terça-feira o presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, afirmando que a inflação está simplesmente baixa demais para justificar um aperto monetário.
Kocherlakota, que tem poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) até o fim deste ano, disse não esperar que a inflação acelere à meta do Fed, de 2 por cento, até pelo menos 2018.
"A perspectiva fraca para a inflação implica que, em qualquer reunião do Fomc realizada durante 2015, a expectativa seria de que a inflação continue abaixo de 2 por cento ao longo dos dois anos seguintes", disse ele, segundo o texto de seu discurso em evento em Rapid City.
"Seria inapropriado que o Fomc elevasse a banda alvo da taxa de juros em qualquer uma dessas reuniões".
A maioria de seus colegas discorda. À exceção de três deles, todos indicaram na reunião mais recente do Fed que consideram apropriado um aumento de juros em 2015.
Autoridades do Fed que apoiam o aperto monetário citam a queda do desemprego, que recuou em setembro ao menor nível em seis anos, a 5,9 por cento, e outros sinais de que a economia dos EUA está se fortalecendo.
Kocherlakota, contudo, destacou que mesmo o desemprego de 5,9 por cento está acima da taxa de 5 por cento que considera consistente com uma economia saudável.
E a inflação tem girado abaixo de 2 por cento há anos, com "poucos sinais de aceleração", disse ele.
Para tornar suas medidas mais eficazes, argumentou ele, o Fed deveria impor um horizonte de dois anos à sua meta de inflação de 2 por cento e deixar claro que está tão preocupado com uma eventual queda da inflação abaixo da meta quanto com avanços acima do objetivo.