Michel Temer: o país enfrenta uma crise política desde que o presidente foi citado na delação de Joesley (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de julho de 2017 às 17h56.
São Paulo - A crise política brasileira foi discutida na reunião dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) que ocorreu dias 13 e 14 de junho.
Na ata do encontro, divulgada nesta quarta-feira, 5, os dirigentes destacam que a "crescente incerteza política" no Brasil fez o real ter "notável" desvalorização e as taxas (spreads) dos títulos soberanos brasileiros registrarem aumento.
O movimento brasileiro, observa a ata, contrasta com a relativa calma vista no mesmo período nos retornos dos títulos dos mercados emergentes, que "tiveram pouca mudança", segundo o texto.
Enquanto o dólar deu um salto no Brasil no dia que se seguiu às denúncias dos empresários Joesley e Wesley Batista, da JBS, a moeda norte-americana se desvalorizou na comparação com algumas divisas de países desenvolvidos, como o euro e o dólar canadense, e emergentes.
No Brasil, o dólar saiu de R$ 3,13 antes das denúncias da JBS e chegou a bater R$ 3,38 no dia seguinte à delação.
O risco-país, medido pela Credit Default Swap (CDS), uma espécie de seguro que protege contra calotes, também deu um salto, saindo da casa dos 200 pontos para 235.
Na ata do Fed, os dirigentes do maior BC do mundo destacam que a expansão econômica nos emergentes, e em países como o Canadá, continuaram a se firmar no primeiro trimestre de 2017 e dão mostras de manter o ritmo no segundo período do ano.
Na América Latina, um dos destaques positivos foi a queda da inflação.