Economia

Federal Reserve acelera perspectiva de juros

Banco central dos EUA sugeriu, entretanto, que os custos de financiamento no longo prazo serão mais baixos do que indicou anteriormente

Janet Yellen, chair do Fed, após uma entrevista coletiva em Washington, nos Estados Unidos (Jonathan Ernst/Reuters)

Janet Yellen, chair do Fed, após uma entrevista coletiva em Washington, nos Estados Unidos (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 17h26.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, sinalizou ritmo mais rápido de aumento dos juros no ano que vem, mas sugeriu que os custos de financiamento no longo prazo serão mais baixos do que indicou anteriormente.

O Fed reduziu sua projeção de crescimento econômico neste ano para algo entre 2,1 e 2,3 por cento, ante estimativa anterior de cerca de 2,9 por cento.

Mas manteve as previsões de crescimento para 2015 e 2016 e expressou confiança na recuperação da economia.

"A atividade econômica está se recuperando neste trimestre e vai continuar crescendo em ritmo moderado", afirmou a chair do Fed, Janet Yellen, em entrevista coletiva.

"A economia está continuando a progredir na direção de nossos objetivos" de pleno emprego e inflação de 2 por cento.

Como era amplamente esperado, o Fed deu continuidade aos planos de encerrar um de seus principais programas de estímulo até o fim do ano, reduzindo as compras mensais de títulos para 35 bilhões de dólares, ante 45 bilhões de dólares.

Em projeções atualizadas sobre a taxa de juros, autoridades do Fed continuam prevendo que os juros começarão a subir no ano que vem.

Entre 16 projeções individuais de alta de juros, a taxa de juros mediana está agora em 1,125 por cento até o fim de 2015, levemente acima das previsões de março.

No entanto, autoridades do Fed enxergam uma trajetória levemente mais agressiva de altas dos juros no ano seguinte, com a mediana a 2,5 por cento, ante 2,25 por cento em março.

Vale ressaltar que as autoridades do Fed também reduziram suas projeções para as taxas de juro de longo prazo, possível sinal de menor confiança no potencial de longo prazo da economia.

A projeção mediana para a taxa de juros de longo prazo foi de 3,75 por cento, ante 4 por cento em março.

As previsões de inflação tiveram poucas mudanças. As estimativas não apontam alta dos preços acima da meta de 2 por cento. O Fed praticamente zerou as taxas de juros overnight em dezembro de 2008, para lutar contra a crise financeira e a profunda recessão.

O timing e ritmo da retomada das altas de juros é uma das decisões mais importantes enfrentadas pelo banco central em meio à recuperação da economia.

A reação do mercado financeiro à declaração do Fed foi pequena. As ações norte-americanas pouco se alteraram, enquanto os rendimentos dos títulos da dívida dos EUA de longo prazo subiram levemente.

O dólar inicialmente subiu em relação ao euro e ao iene, mas depois mudou de curso e passou a cair.

Firme

O comunicado do Fed mudou pouco em relação ao divulgado após a última reunião em abril, repetindo que os juros permaneceriam perto de zero por um "horizonte relevante" após a compra de títulos terminar.

O Fed disse que o desemprego se mantém "elevado", apesar da melhora recente no mercado trabalho, e salientou que a inflação ainda está abaixo da meta de 2 por cento.

"Firme e gradual, em termos de política monetária", dise o diretor administrativo da Action Economics, Kim Rupert.

"Muitos dos integrantes mais expansionistas querem garantir que a recuperação é verdadeira".

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