Crédito fácil na rua: juros ao consumidor estão mais altos (Roberto Setton/EXAME)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2011 às 17h58.
São Paulo - O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, classifica como "totalmente fora de propósito a colocação de que haja uma formação de bolha de crédito no Brasil, especialmente no setor imobiliário", conforme aparece, vez por outra, em artigos da imprensa internacional. Sua colocação foi feita durante coletiva online realizada hoje para divulgar a Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado referentes a setembro.
Sardenberg disse que andou analisando os artigos publicados na imprensa estrangeira e comparando com os números oficiais do Brasil e não conseguiu ver nenhuma possibilidade de formação de bolhas no País. Aqui, disse, o crédito total equivale a 47% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é um porcentual baixo. Além disso, continuou, o crédito no Brasil é bastante pulverizado. No setor imobiliário é da ordem de 4% e está concentrado na Caixa Econômica Federal (CEF). Ou seja, o setor privado está pouco exposto a essa modalidade de crédito.
Para Sardenberg, os próprios artigos (sobre bolha de crédito no País) se contradizem quando relatam um comprometimento maior da renda do consumidor brasileiro. Ele explica que aqui há um maior comprometimento da renda porque a taxa de juros no País é muito alta e o prazo dos financiamentos é curto. Por isso, os brasileiros comprometem uma parcela maior da renda. Por outro lado, pondera, pagam suas dívidas em um prazo bem menor do que os americanos. "Mesmo assim, o comprometimento da renda é bem menor do que a imprensa internacional tem divulgado".