Economia

Fazenda resiste à pressão política por mais afagos, dizem fontes

A Fazenda está tentando trabalhar com os R$ 3 bi que descontingenciou no último mês e ajudar o governo, mas alega que as contas de 2017 estão apertadas

Meirelles: o ministro tem dito a investidores que pretende deixar o corte no orçamento em R$ 30 bi (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Meirelles: o ministro tem dito a investidores que pretende deixar o corte no orçamento em R$ 30 bi (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2017 às 17h43.

Brasília - A pressão sofrida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem desde servidores públicos que cobram tributos menores a agricultores que exigem perdão de dívidas e ministros que contam com algum afrouxamento para viabilizar projetos de infra-estrutura, disseram quatro pessoas com conhecimento das discussões sob a condição de anonimato.

A Fazenda está tentando trabalhar com os R$ 3 bilhões que descontingenciou no último mês e ajudar o governo, mas alega que as contas de 2017 estão apertadas e difíceis de cumprir sem receita extra.

Segundo uma das fontes, um dos entraves aconteceu na discussão sobre o Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (Funrural).

Para o programa, chegou-se a cogitar o perdão das dívidas dos produtores junto à União, mas a Fazenda aceitou que o débito fosse apenas parcelado. A medida agora aguarda posicionamento da Casa Civil.

Outro exemplo é o Avançar, o programa de infraestrutura que será anunciado nos próximos dias para substituir o PAC. Os pleitos de um ministro por mais recursos foram recebidos com pouco entusiasmo pela Fazenda, de acordo com três dessas pessoas.

Ao analisar perspectivas até o final do ano, Meirelles tem dito a investidores que pretende deixar o corte no orçamento em R$ 30 bilhões, sendo que hoje o contingenciamento previsto é de R$ 38,97 bilhões.

A redução do contingenciamento depende, no entanto, de medidas que precisam ser aprovadas no Congresso e de uma recuperação da previsão de receitas para o ano.

Quando Meirelles leva ao presidente contas apertadas, Michel Temer demonstra apoiar o chefe da equipe econômica, disse um auxiliar presidencial.

Procurado, o Planalto disse em nota que o governo "mantém seu compromisso de equilibrar as contas públicas e atingir seu objetivo fiscal". A Fazenda não quis comentar.

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