Prédio do BNDES no Rio de Janeiro: banco sofreu uma capitalização de R$ 11 bilhões em 2009 (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2014 às 19h17.
Brasília - O governo irá reduzir o custo do Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES) no pagamento de dívidas com o Tesouro Nacional em função de uma capitalização realizada em 2009.
O secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo de Oliveira, explicou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o artigo incluído na Medida Provisória 651, pelo relator Newton Lima Neto (PT-SP), irá reduzir de Selic para no máximo TJLP o custo do dinheiro para o banco.
Segundo ele, em 2009, o banco sofreu uma capitalização de R$ 11 bilhões, assegurado ao Tesouro a remuneração compatível com o custo de captação dos recursos repassados ao BNDES.
A emenda do relator autoriza a União a reduzir esse custo para parte do valor da capitalização de forma a permitir que o banco se enquadre nos limites fixados pelas regras prudenciais exigidas no acordo de Basileia.
Para até R$ 5 bilhões, a correção será reduzida a no máximo TJLP, que hoje está em 5% ao ano.
Ele informou, no entanto, que o governo não decidiu se fará a capitalização de R$ 1 bilhão, também incluída na MP, para o Banco da Amazônia. Segundo ele, haverá uma avaliação no governo sobre o novo aporte.
Oliveira disse que o governo também avaliará a mudança feita pelo relator em relação ao Reintegra, programa que devolve às empresas até 3% do faturamento com exportações de manufaturados.
O relator incluiu na MP a possibilidade de o porcentual chegar a 5% em setores com cadeias mais longas. "Ainda não temos convicção sobre esse ponto", afirmou o secretário.
Ele informou que a presidente Dilma Rousseff deve vetar a inclusão de outros setores na desoneração da folha de salários.
Lima Neto incluiu no benefício as empresas de engenharia e arquitetura, de transporte de passageiros sob regime de fretamento e o comércio varejista de produtos farmacêuticos. Oliveira disse que não há espaço fiscal para ampliar os setores.