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Fazenda foca na sabatina de Galípolo no Senado após sua indicação para presidência do BC

Atual diretor de Política Monetária foi indicado por Lula para assumir comando da autarquia financeira

Agência o Globo
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Publicado em 29 de agosto de 2024 às 06h22.

Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 06h25.

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O Ministério da Fazenda vai trabalhar para que a sabatina de Gabriel Galípolo para presidência do Banco Central (BC) ocorra antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18 de setembro. Galípolo, que atualmente comanda a diretoria de Política Monetária da instituição, foi indicado na quarta-feira, 28, para suceder Roberto Campos Neto, que vai deixar a presidência do BC no fim deste ano.

Para aliados do ministro Fernando Haddad, a indicação de Galípolo era o passo mais relevante para reduzir as incertezas relacionadas à condução da política monetária a partir de 2025, mas a confirmação do nome antes do Copom também é considerada importante, ainda que não imprescindível.

Após anunciar o nome de Galípolo como a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do BC, o ministro disse que o governo iria “respeitar” a institucionalidade do Senado, responsável pela análise das indicações do Executivo. Haddad, porém, disse que iria ligar para o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para tratar do assunto.

Sabatina no Senado

A sabatina ocorre na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), previu que a análise de Galípolo deve ficar para depois do primeiro turno das eleições municipais, no dia 6 de outubro. Depois da sabatina, o nome é analisado pela comissão e pelo plenário.

Apesar dessa declaração, integrantes da Fazenda ainda acreditam que será possível convencê-lo a adiantar o rito. Está prevista para semana que vem um esforço concentrado de votações no Senado, que está em uma espécie de “recesso branco” durante a campanha para as eleições municipais.

O próprio Vanderlan não vê dificuldades para aprovação de Galípolo na CAE. Ele passou tranquilamente pela sabatina quando foi indicado para o cargo de diretor de Política Monetária do BC.

Na autarquia, também acreditam que o processo de análise do nome do novo presidente do BC acontecerá sem sobressaltos. O tradicional beija-mão no Congresso, inclusive, deve acontecer em uma versão “pocket”, concentrada em alguns senadores da oposição.

Alta de juros no radar

Se confirmado no cargo antes do próximo Copom, Galípolo pode aumentar seu protagonismo no colegiado em um momento decisivo para a trajetória da taxa Selic. Desde junho, a taxa está parada em 10,50%, depois de um ciclo de corte de 3,25 pontos percentuais.

O Copom, porém, já disse que não hesitará em elevar os juros caso seja necessário para convergência da inflação para a meta de 3,0%, e Galípolo é um dos diretores com discurso mais duro atualmente.

Parte do mercado financeiro já prevê um ciclo de alta de juros a partir da reunião de setembro devido às expectativas de inflação distantes da meta e a outros perigos à espreita, como o comportamento do câmbio e dos preços de serviços.

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