Indústria: as fábricas não traduziram o desempenho de forma significativa em novas contratações (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de julho de 2017 às 15h27.
Brasília - Depois da queda de 3,1% em abril, o faturamento industrial reverteu o resultado em maio, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na comparação com o mês anterior - e excluindo os efeitos de calendário -, as vendas das fábricas brasileiras aumentaram 5,5% no quinto mês do ano.
Na comparação com maio de 2016, o desempenho no faturamento da indústria foi 2,5% melhor neste ano.
Mas, considerando os cinco primeiros meses de 2017, a queda acumulada nas vendas ainda é de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em maio também houve melhora na quantidade de horas trabalhadas na indústria, com alta de 1,6% em relação a abril.
Esse indicador, no entanto, ainda ficou em um patamar 0,2% inferior ao desempenho do mesmo mês de 2016.
E, no acumulado de 2017 até maio, o tempo de trabalho na produção foi 3,1% menor que o verificado no mesmo período do ano passado.
Com o aumento do faturamento e das horas trabalhadas em maio, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) no parque industrial brasileiro evoluiu, passando de 76,6% para 77,4% (de acordo com dado ajustado).
Em maio de 2016, a UCI estava em 76,9%.
Apesar de darem sinais de melhora no faturamento e na produção, as fábricas não traduziram o desempenho de forma significativa em novas contratações, de acordo com os dados da CNI.
O indicador que mede o emprego no setor ficou estável em maio, com ligeira variação positiva de 0,1% em relação a abril - considerando os efeitos de calendário.
"Não há mais uma queda contínua do emprego como foi observado de forma quase ininterrupta em 2015 e 2016. Entretanto, ainda não se pode concluir que o emprego está em processo de reversão de sua trajetória de queda", avaliou a entidade.
Na comparação com maio do ano passado, a redução nos postos de trabalho ainda chega a 3,0%.
Nos primeiros cinco meses deste ano, o emprego na indústria obteve um desempenho 4,0% inferior ao registrado no mesmo período de 2016.
Com certa estabilização no emprego, a massa salarial real dos trabalhadores da indústria cresceu 0,4% em maio na comparação com abril.
Em relação a maio do ano passado, porém, o recuo foi de 1,9%. E, de janeiro a maio, o setor teve uma massa salarial 4,2% menor que a do mesmo período do ano passado.
Já o rendimento médio do trabalhador da indústria cresceu 0,7% em maio, com uma alta de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Considerando os primeiros cinco meses de cada ano, porém, a queda no rendimento médio dos empregados do setor foi de 0,2%.