Alta do consumo e investimentos em energia e telecomunicações levaram ao aumento, segundo a Abinee (Roberto Setton/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2011 às 18h07.
São Paulo - O faturamento da indústria eletroeletrônica cresceu 11% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados hoje (8) pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
O maior crescimento por área foi observado em telecomunicações, que cresceu 21% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2010, seguida por equipamentos industriais, com crescimento de 18%, automação industrial, com aumento de 15% e informática, com acréscimo de 12%.
Segundo a associação, o crescimento nas áreas de telecomunicações e de informática se deve, principalmente, ao aumento no consumo. As vendas de computadores de uso pessoal aumentaram 17% no primeiro semestre deste ano em relação a 2010, enquanto a venda de celulares, na mesma comparação, cresceu cerca de 25%.
Outro fator que contribuiu para o aumento do faturamento da indústria eletroeletrônica, segundo a associação, foram os investimentos em infraestrutura de energia elétrica e telecomunicações.
As exportações, de acordo com a Abinee, continuam perdendo participação nos negócios do setor. Em dólares, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos cresceram 2% nos primeiros seis meses deste ano, passando de US$ 3,6 bilhões para US$ 3,7 bilhões.
As importações, por sua vez, cresceram 20% no mesmo período de comparação, passando de US$ 16,2 bilhões para US$ 19,4 bilhões. Um dos segmentos que teve o aumento mais significativo em compras do exterior é o de aparelhos celulares, que atingiu US$ 490 milhões no período, 111% acima das importações registradas no primeiro semestre de 2010. Já o número de empregados do setor passou de 174,7 mil, em dezembro de 2010, para 179,4 mil em junho deste ano.
Apesar do aumento, a associação considerou que o resultado ficou abaixo das expectativas. Segundo a Abinee, os negócios do setor poderiam ter sido melhores se o real não estivesse tão valorizado frente ao dólar.
“Apesar do aumento dos investimentos produtivos no país e das condições favoráveis ao consumo (baixo nível de desemprego e aumento da massa salarial), a indústria eletroeletrônica não pôde usufruir integralmente deste cenário em função da dificuldade de competir imposta pela valorização cambial”.
Para este ano, a Abinee espera que o faturamento atinja R$ 134,9 bilhões, com crescimento de 8% em comparação ao ano passado.