Economia

Fator: modelo de crescimento por consumo está esgotado

Para o presidente do conselho de administração do Banco Fator, Manoel Horácio, é hora de investir

Para Manoel Horácio, o Brasil tem capacidade de crescer 3% ao ano – mas deve ficar entre 1,7% e 2% em 2012 (©AFP / vanderlei almeida)

Para Manoel Horácio, o Brasil tem capacidade de crescer 3% ao ano – mas deve ficar entre 1,7% e 2% em 2012 (©AFP / vanderlei almeida)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 20h07.

São Paulo – O modelo brasileiro de crescimento através do consumo está esgotado. Essa é a opinião do presidente do conselho de administração do Banco Fator, Manoel Horácio. “Tem que ir para um modelo de investimento”, disse. 

O governo precisa reunir excedente pra investir, segundo Horácio. O presidente do conselho disse que, em dez anos, o gasto público passou de 14,5% do PIB para 19%. “Se tivéssemos usado em investimento parte do excedente que a própria economia gerou, teríamos uns 400 bilhões de reais que poderiam ter sido investidos em infraestrutura. Teríamos um país melhor”, afirmou. 

Para o presidente do conselho, o Brasil tem capacidade de crescer 3% ao ano – mas deve ficar entre 1,7% e 2% em 2012. Horácio afirmou que, nos últimos 10 anos, o Brasil foi ajudado pelo crescimento mundial, que fortaleceu o real – depreciando a indústria nacional – por isso, agora o governo precisa investir, para elevar a produtividade e a competitividade brasileiras. 

Horácio defende que é a hora de termos uma economia ser mais competitiva – tanto no setor público quanto no privado. “Hoje o setor privado está mais eficiente que o público”, disse. “Os pacotes (de estímulo) do governo são positivos, mostram que o governo está preocupado com a competitividade da indústria brasileira”, disse. 

China

“A taxa de real valorizada tirou a competitividade do Brasil, o Estados Unidos, de alguma forma, teve o mesmo padrão”, disse Horácio, para quem a grande culpada do problema americano é a China, que foi a aceleradora do crescimento mundial. 

 “A China foi a benesse para muita gente. Mas esse fluxo de dinheiro barato como eles tiveram para nós não aconteceu”, disse. Para Horácio, o Brasil não vive uma bolha de crédito, mas um pico de consumo. “Acredito que vai se ajustar”, disse.

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