Belgas chegam ao Maracanã: receitas com viagens em junho devem crescer 24% (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 12h53.
Brasília - A exposição dos atrativos do Brasil durante a Copa do Mundo deve influenciar positivamente as receitas de turismo, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
“Sem dúvida, a exposição das belezas naturais do país é um marketing considerável e que tende a influenciar positivamente as receitas de turismo futuramente”, disse.
De acordo com dados preliminares do BC, neste mês, até o dia 18, as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 365 milhões.
A Copa do Mundo começou no dia 12.
Segundo Maciel, se forem consideradas essas despesas preliminares, deve haver crescimento 24% nas receitas com viagens neste mês, em relação a junho de 2013.
Mas, de acordo com o chefe do departamento, o maior efeito da Copa deve ser observado em julho porque a maioria das despesas é feita no cartão de crédito (com pagamento posterior pelo turista).
Também é possível avaliar efeitos do evento esportivo no país na conta de transporte, que registra despesas e receitas principalmente com fretes e também com passagens áreas.
Há aumento das receitas quando o estrangeiro compra passagens aéreas de empresas brasileiras.
De janeiro a maio, as receitas com transportes chegaram a US$ 2,409 bilhões, contra US$ 2,194 bilhões em igual período do ano passado.
Como a compra das passagens é feita antecipadamente, já houve influência da Copa mesmo antes do início dos jogos, explicou Maciel.
Apesar do aumento das receitas de estrangeiros, tanto a conta de viagens quanto a de transportes vão continuar negativas.
Para a conta de viagens internacionais, formada pelas receitas dos estrangeiros e as despesas de brasileiros no exterior, o BC revisou a projeção de déficit de US$ 18,5 bilhões para US$ 18 bilhões, em 2014.
“A conta de viagens internacionais é tradicionalmente negativa. O brasileiro viaja. Neste período de Copa há um fator que atenua esse impacto negativo [das despesas de brasileiros em viagem no exterior] que é a receita de estrangeiros”, disse Maciel.
Para a conta de transportes, a projeção do BC do saldo negativo passou de US$ 11,1 bilhões para US$ 10 bilhões.
O que mais influenciou a revisão, segundo o Maciel, foi a redução das exportações e das importações do Brasil, o que está relacionado aos fretes.