Vendas de carne aos BRICS: tarifas de exportação atrapalham comércio entre países (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 17h56.
São Paulo - Os exportadores de carne do Brasil querem aproveitar a reunião dos chefes de Estado da 6ª Cúpula dos BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Fortaleza (CE), nesta semana, para avançar em algumas questões que dificultam a ampliação das vendas externas de carne suína e de aves do Brasil.
Um dos desafios é tornar ágil a habilitação de sete plantas frigoríficas de aves e uma de carne suína para a China.
De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, essas unidades produtivas já foram visitadas por missão em 2012, e agora aguardam autorização para os embarques.
Atualmente, 29 plantas de aves e seis de suínas estão habilitadas para embarcar produtos ao mercado chinês.
"Também queremos tornar viáveis novas missões para habilitação de outras plantas que já responderam a questionários de autoridades chinesas", observou Turra, por meio de comunicado.
Com relação à África do Sul, o aumento da tarifação na carne de frango (de 27% para 82%) impactou negativamente nos embarques entre janeiro de maio deste ano (de 16% em volume e 51% em receita).
"Com o aumento das tarifas, os embarques para o mercado sul-africano se concentraram em carne mecanicamente separada, que tem menor valor agregado em relação ao frango inteiro e cortes. Queremos a readequação das tarifas aplicadas, permitindo um fluxo comercial maior e mais qualificado entre os dois países", destaca Turra.
Existem, ainda, grandes entraves com relação à Índia e à Rússia. Sobre a Índia, embora aberta para embarques de carne de frango do Brasil, as tarifas de exportação aplicadas pelas autoridades locais - que chegam a 100%, no caso de cortes e processados - atrapalham o comércio.
"Para a Rússia, queremos resolver problemas estruturais nos embarques de carne suína e de frango. A proposta da ABPA é pelo aprimoramento dos sistemas existentes, de tal forma que proporcionem maior autonomia às autoridades brasileiras quanto à indicação de plantas industriais que atendam aos requisitos técnicos da União Aduaneira (bloco do qual a Rússia faz parte)", ressalta.