Economia

Exportações já sentem efeito da alta do dólar, vê MDIC

A avaliação foi feita na terça-feira pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres

O dólar começou o ano cotado a R$ 1,73. Atualmente, a moeda americana está bem acima desse patamar, negociada a quase R$ 1,94 (Joe Raedle/Getty Images)

O dólar começou o ano cotado a R$ 1,73. Atualmente, a moeda americana está bem acima desse patamar, negociada a quase R$ 1,94 (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 23h05.

Rio de Janeiro - As exportações brasileiras já sentem o impacto positivo da alta do dólar este ano. A avaliação foi feita na terça-feira pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres. "O impacto positivo do dólar é pequeno, mas, já se faz sentir na balança comercial do país", afirmou a secretária, que participou de um encontro com exportadores no Rio de Janeiro.

O dólar começou o ano cotado a R$ 1,73. Atualmente, a moeda americana está bem acima desse patamar, negociada a quase R$ 1,94. Tatiana lembra que uma recuperação do câmbio leva em média de dois a três meses para influenciar na balança comercial.

Mesmo considerando 2012 um ano difícil por conta da crise internacional, ela se mostrou otimista em relação ao desempenho do comércio exterior em maio. Para Tatiana, a média diária das exportações brasileiras deve ficar acima de US$ 1 bilhão este mês. "Nossa expectativa é de média diária acima de abril", afirmou. Além disso, reafirmou a meta do ministério de fechar o ano com recorde de exportações de US$ 264 bilhões.

A secretária citou que a média da primeira semana registrou um valor recorde de US$ 1,25 bilhão. O dólar, contudo, não foi o único item a impulsionar o resultado. O preço mais alto das commodities, especialmente da soja, também contribuiu.

Protecionismo

A secretária afirmou ainda que a Argentina é hoje o maior desafio para as exportações brasileiras. "O país é um importante mercado para o Brasil, principalmente de produtos manufaturados, e não é interessante que a situação econômica de lá se deteriore."

A Argentina responde por menos de 10% das vendas externas brasileiras, mas, até bem pouco tempo, esse porcentual ficava entre 12% e 13%. As vendas caíram por causa das medidas protecionistas adotadas pelo governo argentino para incentivar a economia local. "Em períodos de crise, é comum os países adotarem medidas protecionistas, mas o Brasil tem sido incisivo ao questionar isso", afirmou.

No evento, Tatiana negou que o governo brasileiro pretenda usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para incentivar a economia argentina. Uma das hipóteses em estudo, revelou, é financiar a exportação para o país ou ações para apoiar importadores argentinos na compra de produtos brasileiros. "Isso poderia desbloquear nossas exportações para lá."

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