Porto em Hong Kong: gigante asiático apresentou queda em importações e exportações (Waitforlight/Getty Images)
Reuters
Publicado em 8 de março de 2019 às 06h38.
Última atualização em 8 de março de 2019 às 11h33.
As exportações da China tiveram em fevereiro a maior queda em três anos enquanto as importações caíram pelo terceiro mês seguido, indicando mais desaceleração da economia e provocando temores sobre uma "recessão comercial" apesar de uma série de medidas de suporte.
Investidores globais e os principais parceiros comerciais da China estão observando de perto as reações de Pequim conforme o crescimento econômico esfria em relação à mínima de 28 anos do ano passado. Mas o governo prometeu que não irá recorrer a um estímulo maciço como no passado.
As exportações em fevereiro caíram 20,7 por cento em relação ao ano anterior, maior queda desde fevereiro de 2016, mostraram dados da alfândega. Economistas consultados pela Reuters esperavam recuo de 4,8 por cento após o salto inesperado de janeiro de 9,1 por cento.
"Os números de comércio de hoje reforçam nossa visão de que a recessão comercial da China começou a surgir", escreveu em nota Raymond Yeung, economista do ANZ.
O gigante asiático, alvo da guerra comercial de Washington, enfrenta uma desaceleração de seu crescimento econômico, que ano passado foi de 6,6%, o menor nível em 28 anos.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anunciou na terça-feira a meta um pouco menor para 2019, de entre 6% e 6,5% de crescimento.
Em fevereiro, a atividade industrial registrou o menor nível em três anos. No mês anterior, um importante índice de preços do setor industrial se aproximou da contração.
Analistas destacam, no entanto, que é difícil fazer comparações confiáveis no início dos anos na China.
O Ano Novo Lunar aconteceu no início de fevereiro, um pouco antes da data em 2018, o que obrigou os exportadores chineses a acelerar as entregas em janeiro, antes das tradicionais férias.