Soja: produto está sendo beneficiado por forte demanda da China, bons preços e uma safra histórica (Dan Koeck/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de outubro de 2018 às 15h11.
São Paulo - O Brasil, maior exportador de soja do mundo, deverá registrar um faturamento recorde de 38,3 bilhões de dólares com os embarques do grão, farelo e óleo de soja em 2018, um crescimento de 21 por cento ante 2017, com o país sendo beneficiado por forte demanda da China, bons preços e uma safra histórica para comercializar, apontou a associação Abiove nesta terça-feira, 9.
Até o mês passado, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que reúne multinacionais como Bunge e Cargill, previa uma exportação de 37,9 bilhões de dólares para o ano.
O aumento na previsão de receita ocorreu em meio a uma expectativa de embarques ainda maiores, para o recorde de 77 milhões de toneladas do grão.
As exportações de soja, o principal produto da pauta exportadora do Brasil, responderão pela maior parte do valor obtido pelo setor, ou 30,8 bilhões de dólares, também aumento de cerca de 20 por cento na comparação anual, segundo a Abiove, que indicou um crescimento de 13 por cento no volume de embarques ante 2017.
O preço médio da exportação de soja do Brasil, que até setembro havia somado quase 70 milhões de toneladas --sendo 55 milhões de toneladas para a China--, foi visto em 400 dólares por tonelada, ante 377 dólares no ano passado.
O faturamento das exportações de farelo de soja deve crescer ainda mais, com aumento de mais de 30 por cento ante 2017, para 6,5 bilhões de dólares em 2018, também com maiores volumes (16,75 milhões de toneladas, alta de mais de 15 por cento) e preços (+11 por cento).
A receita com as exportações de óleo de soja do Brasil deverão recuar para 980 milhões de dólares, ante pouco mais de 1 bilhão de dólares em 2017, com preços mais baixos do produto exportado.
A exportação do complexo soja (grão, farelo e óleo) do Brasil foi vista em 33,7 bilhões de dólares em 2019, segundo a Abiove, em sua primeira estimativa para o próximo ano.
Essa queda na comparação com o recorde de 2018 ocorreria com a associação apontando menores volumes e preços mais baixos para todos os produtos exportados em 2019, com exceção da cotação do óleo, que ficaria estável no próximo ano.
Considerando somente a exportação do grão, o montante ficaria em 27,3 bilhões de dólares, com a associação vendo uma queda de mais 5 milhões de toneladas nos embarques em 2019, após um ano em que as vendas do Brasil foram bastante beneficiadas pela China, que optou pela soja brasileira em detrimento da dos EUA, diante da taxa de 25 por cento imposta por Pequim ao produto norte-americano, em um importante movimento da guerra comercial entre os dois países.