Economia

Exportação de soja do Brasil soma 8,27 mi t em julho, diz Anec

No acumulado de 2018, o Brasil exportou 58 milhões de toneladas de soja, 12 por cento mais ante o observado nos sete primeiros meses de 2017

Soja: maior exportador global da oleaginosa, país colheu neste ano um recorde de aproximadamente 120 mi de toneladas (Paulo Whitaker/Reuters)

Soja: maior exportador global da oleaginosa, país colheu neste ano um recorde de aproximadamente 120 mi de toneladas (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 18h29.

São Paulo - As exportações de soja do Brasil somaram 8,27 milhões de toneladas em julho, alta de cerca de 30 por cento na comparação anual e o melhor resultado já registrado para o mês, enquanto os embarques de milho patinam em razão do tabelamento de fretes, disse nesta sexta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

No acumulado de 2018, o Brasil exportou 58 milhões de toneladas de soja, 12 por cento mais ante o observado nos sete primeiros meses de 2017 e quase 80 por cento do total de históricas 74 milhões de toneladas que a entidade prevê para o fechado de 2018.

"A disputa comercial entre Estados Unidos e China, aliada a um bom preço da soja no mercado internacional, além de uma forte desvalorização do real frente ao dólar, são fatores determinantes que vêm contribuindo para o cenário positivo das exportações brasileiras de soja neste ano", afirmou a Anec, em nota.

Maior exportador global da oleaginosa, o Brasil colheu neste ano um recorde de aproximadamente 120 milhões de toneladas e viu a demanda por seu produto aumentar após a China impor tarifas sobre a commodity norte-americana e recorrer ainda mais à brasileira.

A Anec ponderou, contudo, que o setor vive "extrema dificuldade" em razão do tabelamento de fretes, instituído pelo governo na esteira dos protestos de caminhoneiros.

"A majoração dos custos de transporte em virtude da obrigatoriedade de observância aos valores mínimo da tabela só não está impactando nos resultados do escoamento da safra de soja, em razão de que o tabelamento se deu num momento onde a safra 2017/18 estava com a comercialização em nível bastante adiantado, com valores pré-fixados e contratos de transporte já firmados", disse a associação.

Entretanto, para a próxima safra, a comercialização tem sido impactada.

"Contratos de compra ou financiamento da safra de soja 2018/19 pelas tradings, que deveriam estar em nível bem mais avançado neste momento, estão sendo realizados pontualmente, quase que estagnados, devido à dificuldade de precificação pelos compradores e pelos próprios produtores, com relação ao custo que será necessário para transportar essa soja", disse a Anec.

Milho

Com relação ao milho, cujos embarques começam a engrenar a partir de junho e julho, diante da colheita da chamada "safrinha", a associação afirmou que o tabelamento de fretes está prejudicando o escoamento.

"O embarque do milho em navios está ocorrendo quase que exclusivamente em portos onde o acesso principal acontece por outros modais, que não o rodoviário, caso do porto de Santos, que recebe quase 80 por cento dos grãos via ferrovia, e dos portos de Santarém, Itacoatiara, e Barcarena, abastecidos pelo acesso hidroviário."

O Brasil exportou em julho apenas 1,88 milhão de toneladas de milho, queda de 45 por cento na comparação anual, enquanto no acumulado do ano, as vendas atingem 5,3 milhões de toneladas (-16 por cento).

A associação espera agora exportação de 27 milhões de toneladas de milho pelo Brasil em 2018, de 30 milhões anteriormente. Uma safra menor neste ano também contribui para embarques inferiores.

A Anec disse que para agosto já foram contratadas exportações de 6,2 milhões de toneladas de soja e 3,1 milhões de milho.

 

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