Economia

Expectativa para o PIB está indo em direção a alta de 4%, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central prevê melhora nas projeções de crescimento da economia brasileira em 2021. A previsão mais recente da instituição, divulgada em março, foi de alta de 3,6%

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que as expectativas inflacionárias no Brasil subiram mais que em outros países (Adriano Machado/Reuters)

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que as expectativas inflacionárias no Brasil subiram mais que em outros países (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2021 às 16h43.

Última atualização em 24 de maio de 2021 às 16h43.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 24, que março registrou resultados positivos na recuperação da economia brasileira e apontou que diversas expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 estão indo em direção aos 4%. Na semana passada, o Ministério da Economia atualizou sua projeção de alta do PIB neste ano de 3,20% para 3,50%.

A projeção mais recente do Banco Central para o PIB em 2021, divulgada em março, é de alta de 3,6%. Conforme o Relatório de Mercado Focus do BC divulgado nesta segunda, a expectativa dos economistas do mercado para a economia este ano passou de alta de 3,45% para elevação de 3,52%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,09%.

Campos Neto chamou atenção para o crescimento da dívida brasileira durante a pandemia. "Em termos de dívida bruta o Brasil é o pior país no pós-crise. A dívida do mundo emergente aumentou muito, com mudança para mais detentores internos que externos. Isso ocorre em todos os emergentes, com exceção da China e outros asiáticos que têm conseguido capturar esses fluxos", afirmou em evento digital promovido pelo eB Capital.

Ele reconheceu que as expectativas inflacionárias no Brasil subiram mais que em outros países e citou a questão fiscal com um fator que explica a alta da expectativa para os preços.

O presidente da instituição questionou também a eficiência programas de investimento grandes no momento em que a economia está se reativando com a vacinação, como o realizado pelo governo Biden nos Estados Unidos. "Dados recentes dos Estados Unidos mostram que pessoas decidiram não procurar emprego e preferiram ficar em casa recebendo um cheque do governo. Há questionamento nos EUA sobre eficiência do programa de ajuda neste momento da pandemia", disse.

 

Juros

O chefe do BC avaliou que é provável que a maioria dos países precise fazer uma normalização parcial ou total de suas taxas de juros nos meses à frente e que os países emergentes já saíram na frente neste ajuste.

No início do mês, o Copom elevou a taxa Selic a 3,5% e indicou que deve fazer um novo ajuste para cima em junho. Segundo o relatório Focus divulgado nesta semana, a previsão do mercado para os juros básicos ao final de 2021 é de 5,5%.

 

"Estamos em um movimento de reprecificação. Parte desse movimento já foi, mas ainda terá um ruído pela frente. Temos um movimento inflacionário no mundo desenvolvido, que terá que ajustar as taxas de juros, o que leva a uma diferenciação. O mundo emergente tem dívida mais alta, e precisa fazer um ajuste mais forte e mais rápido", afirmou.

 

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