BCE tem como meta inflação de quase 2 por cento no médio prazo, um conceito indefinido que é influenciado pelo tamanho de qualquer choque da inflação (Getty Images/Getty Images)
Reuters
Publicado em 11 de setembro de 2017 às 10h12.
Frankfurt - A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) continuará sendo expansionista por mais tempo do que em casos anteriores de choque de demanda, provavelmente limitando o impacto negativo da apreciação do euro, afirmou nesta segunda-feira o membro da Comissão Executiva do BCE Benoit Coeure.
As declarações de Coeure sugerem que as autoridades estão relativamente relaxadas em relação à alta de 14 por cento da moeda contra o dólar este ano, mesmo que o presidente do BCE, Mario Draghi, tenha destacado a taxa de câmbio na semana passada como uma fonte de incerteza que precisa ser monitorada.
"Em comparação com choques de demanda passados, a política continuará mais expansionista por mais tempo, portanto provavelmente compensando o impacto de qualquer apreciação da taxa de câmbio determinada pelo crescimento", disse Coeure em conferência em Frankfurt.
"E com a atual recuperação na zona do euro sendo amplamente determinada pela demanda doméstica, a força do euro também pode ter menos impacto sobre o crescimento do que, por exemplo, após a Grande Crise Financeira", completou.
O BCE tem como meta inflação de quase 2 por cento no médio prazo, um conceito indefinido que é influenciado pelo tamanho de qualquer choque da inflação.
A inflação tem ficado abaixo da meta há quatro anos e meio e o banco não conseguirá levá-la para a meta antes de 2020, mostram suas novas projeções.
Ainda assim, a expectativa é de que ele modere o estímulo quando as autoridades se reunirem em outubro uma vez que a ameaça da deflação já não existe mais e o crescimento está bem melhor do que o esperado há poucos meses.
"Na atual conjuntura, entretanto, o horizonte relevante para a política monetária --o conceito de médio prazo em nossa estratégia de política monetária --deve ser mais longo dada a persistência das pressões inflacionárias fracas", disse Coeure.