Economia

Expansão do investimento na China atinge mínima de 18 anos

Dados divulgados hoje sugerem que a segunda maior economia do mundo está finalmente começando a perder força

China: dados sugerem que o forte impulso da onda de construções de infraestrutura por Pequim pode estar começando a diminuir (Getty Images/Getty Images)

China: dados sugerem que o forte impulso da onda de construções de infraestrutura por Pequim pode estar começando a diminuir (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 14 de setembro de 2017 às 08h53.

Última atualização em 14 de setembro de 2017 às 10h47.

Pequim - A China apresentou uma rara série de dados decepcionantes nesta quinta-feira, incluindo o crescimento mais lento do investimento em quase 18 anos, o que sugere que a segunda maior economia do mundo está finalmente começando a perder força diante do aumento dos custos de empréstimo.

A produção industrial e as vendas no varejo também cresceram menos do que o esperado, embora a recuperação nas vendas de moradias e no início de construções deva manter o crescimento geral da China relativamente robusto e confortavelmente na meta antes da reorganização da liderança no próximo mês.

"Acho que o risco (para a China) não é nos próximos dois meses, mas sim nos próximos dois anos", disse Julian Evans-Pritchard, do Capital Economics.

"O avanço em importantes reformas estruturais que realmente importam, como aumentar o desempenho das empresas estatais, tem sido bastante lento e os pesos estruturais sobre o crescimento continuam bastante fortes e são riscos reais."

Analistas esperavam que os dados de agosto da China mostrassem que o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo acelerasse após enfraquecerem ligeiramente em julho, enquanto a expectativa para o investimento era de que desacelerasse apenas marginalmente.

Mas os dados sugerem que o forte impulso da onda de construções de infraestrutura por Pequim pode estar começando a diminuir.

O investimento em ativos fixos, importante motor do crescimento, cresceu 7,8 por cento entre janeiro e agosto contra o ano anterior, o ritmo mais fraco desde dezembro de 1999 e desacelerando contra os 8,3 por cento de janeiro a julho.

O principal peso parece ter sido a desaceleração no investimento em infraestrutura devido à queda nos gastos fiscais do governo nos últimos dois meses, disseram analistas.

Isso provavelmente teve efeito sobre a produção industrial, que cresceu 6,0 por cento em agosto sobre o ano anterior, ritmo mais fraco em nove meses, mostraram dados da agência de estatísticas. Analistas consultados pela Reuters esperavam expansão de 6,6 por cento em agosto, após alta de 6,4 por cento em julho.

As vendas no varejo também frustraram as expectativas do mercado, subindo 10,1 por cento na comparação anual, ritmo mais fraco em seis meses e contra 10,4 por cento em julho. Analistas esperavam ligeira aceleração na demanda.

Ainda assim, economistas do Nomura mantiveram a visão de que a economia crescerá 6,8 por cento no terceiro trimestre sobre o ano anterior, contra 6,9 por cento no primeiro semestre.

Isso manteria a China no caminho para superar a meta do governo de expansão de cerca de 6,5 por cento.

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