Economia

Expansão de emergentes perde força, indica HSBC

China, Índia e Brasil viram suas taxas de crescimento desaceleraram em fevereiro


	HSBC: para o banco, o crescimento é um problema maior para os países emergentes do que a inflação
 (Peter Macdiarmid/Getty Images)

HSBC: para o banco, o crescimento é um problema maior para os países emergentes do que a inflação (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2013 às 22h10.

São Paulo - O Índice de Mercados Emergentes (EMI) do banco HSBC caiu de 53,8 em janeiro para 52,3 em fevereiro deste ano. O resultado foi o mais baixo desde agosto do ano passado e, de acordo com a instituição, indica uma moderação no crescimento econômico de mercados emergentes no mundo.

O economista-chefe do HSBC para Europa Central e do Leste e África Subsaariana, Murat Ulgen, apontou que as economias emergentes continuaram a se expandir em fevereiro, mas o ritmo de crescimento perdeu força no segundo mês do ano. "A desaceleração parece ser baseada em manufaturados e serviços, com a atividade moderada do Bric depois de um promissor começo para o ano", comentou Ulgen, na pesquisa distribuída à imprensa.

O economista-chefe do banco na América Latina, André Loes, reiterou que houve expansão em fevereiro, porém mais fraca do que no mês anterior. "O México sentiu a moderação dos Estados Unidos, enquanto o Brasil converge para uma velocidade de crescimento suave", disse, também em nota à imprensa.

As taxas de crescimento desaceleraram na China, Índia e no Brasil em fevereiro, maiores economias analisadas. Além disso, aumentos mais suaves na produção são "evidentes" tanto no setor de manufaturados como no de serviços nestes países - exceto na Índia, onde bens de produção cresceram de forma acelerada, aponta o relatório do HSBC.

Ulgen apontou que o conjunto de economias emergentes apresentou um abrandamento nos novos pedidos, especialmente na indústria de manufaturados. Além disso, o quesito de mercado de trabalho apresentou melhoria "marginalmente mais lenta" nas condições de emprego do que nos dois meses anteriores.

A queda no índice geral mostra, entre outras coisas, que o crescimento ainda é o grande problema para os mercados emergentes e, para muitas economias, a inflação será uma questão secundária, avalia o economista. Concorda com ele o responsável global por pesquisa de mercados emergentes, Pablo Goldberg, que afirmou, em nota, que as preocupações nos emergentes podem se mover da inflação para o crescimento. "O mundo emergente precisa da China para manter um ritmo forte de expansão", comentou.


Expectativas

Já o indicador de produção futura do EMI, que mostra as expectativas para a atividade em 12 meses, cresceu em fevereiro para o maior nível desde maio do ano passado. A instituição aponta que a alta, em grande parte, foi impulsionada pela melhoria do sentimento do setor de manufaturas, em que o Índice de Produção Futura foi o mais alto em 11 meses. As expectativas em serviços foram as mais fortes em três meses.

Para o Brasil, o sentimento positivo com relação às expectativas foi o mais forte em quatro meses e o maior entre os Brics. Entre os destaques de resultados com relação às expectativas, aparece também a China, que atingiu o grau positivo mais forte desde abril do ano passado. Já na Rússia, a perspectiva para produção em 12 meses foi a mais baixa em seis meses e, na Índia, não houve alteração no sentimento com relação ao próximo ano nas pesquisas de janeiro para fevereiro.

O EMI deriva das pesquisas PMI (Índice Gerente de Compras), realizadas pelo HSBC, de 16 economias emergentes e é publicado mensalmente.

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