Economia

EXAME/IDEIA: 62% só aceitariam "nova CPMF" para bancar saúde e educação

Proposta do governo ainda tem resistências no Congresso. Primeiro projeto de reforma tributária enviada ao parlamento só trata da união de PIS/Cofins

Leitos de UTI do hospital de campanha do Maracanã, no Rio de Janeiro, durante pandemia de coronavírus (Mauricio Bazilio/Getty Images)

Leitos de UTI do hospital de campanha do Maracanã, no Rio de Janeiro, durante pandemia de coronavírus (Mauricio Bazilio/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 12h50.

Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 15h21.

A maioria dos brasileiros, 62%, só aceitaram a proposta do governo de criar um imposto sobre transações digitais, uma nova CMPF, se o dinheiro fosse usado em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança. Apesar de dar o aval para o novo tributo com esta única exceção, 69% nunca ouviu falar do projeto do Ministério da Economia.

Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva Exame/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A cada quinze dias, Exame/IDEIA traz pesquisas de opinião exclusivas com foco no cenário político.

O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias de 5 e 8 outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

(Arte/Exame)

(Arte/Exame)

Quando questionados se o imposto deveria ser usado para uma única finalidade, 44% consideram que os recursos poderiam ser aplicados apenas em saúde. Educação aparece em segundo, com 24%, reduzir custos de contratação das empresas para gerar mais empregos vem logo depois, com 10%. Usar o dinheiro para a transferência de renda, em programas como o Bolsa Família e o Renda Cidadã, são a opção mais assertiva para 7%.

(Arte/Exame)

A pesquisa também perguntou se os brasileiros são favoráveis ou não à criação do novo imposto. Do total de entrevistados, 39% ainda não têm uma opinião formada a respeito, sendo a maior parte (44%) de jovens entre 16 e 29 anos. Os que são contra somam 30% e os favoráveis são 28%.

Reforma tributária

O governo federal já apresentou uma primeira proposta de reforma tributária, apenas unindo PIS/Cofins em uma alíquota única, criando a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS). O Ministério da Economia ainda quer criar um imposto sobre transações digitais, uma nova CPMF, mas encontra resistências no Congresso Nacional.

Para tentar emplacar o novo tributo, o governo negocia na Câmara um acordo para uma “dobradinha” de aprovação da reforma tributária em troca da criação da nova CPMF repaginada com a desoneração da folha de pagamento (dos encargos que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários). A estratégia é uma proposta “pegar carona” na outra.

A pesquisa EXAME/IDEIA perguntou se os brasileiros são favoráveis ao novo tributo, caso ele seja usado para desonerar a folha de pagamento das empresas. A maior parte dos entrevistados é contra (49%) a utilização do recurso para essa finalidade.

(Arte/Exame)

 

Avaliação do governo

Os entrevistados também foram questionados sobre a avaliação da gestão do governo do presidente Jair Bolsonaro. Após uma leve queda registrada há duas semanas, a aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro voltou a subir e chegou a 39%. A desaprovação se manteve estável desde a última pesquisa, em 42%.

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

 

Acompanhe tudo sobre:CPMFExame ResearchEXAME-no-InstagramImpostosJair BolsonaroMinistério da EconomiaPaulo GuedesPesquisaReforma tributária

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo