Economia

Ex-secretário diz que economia do Brasil é "medíocre"

"Não se trata de uma questão conjuntural", disse, durante reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado


	Edifício do Banco Central em Brasília: o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou que as intervenções do Banco Central (BC) causam impactos "inesperados e contraproducentes" na taxa
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Edifício do Banco Central em Brasília: o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou que as intervenções do Banco Central (BC) causam impactos "inesperados e contraproducentes" na taxa (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 15h11.

Brasília - O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Marcos Lisboa classificou nesta terça-feira de "medíocre" a economia do Brasil.

Lisboa avaliou que as taxas elevadas de crescimento que foram registradas no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) não se repetirão tão cedo porque o processo foi puxado pelos ganhos de produtividade, e esta cresce a proporções cadentes nos últimos anos.

Assim, o crescimento potencial do país se situa na casa dos 2% a 3%. Pode haver anos melhores e anos piores, mas com os atuais fundamentos a taxa deve se situar nesta faixa, avaliou.

"Não se trata de uma questão conjuntural", disse, durante reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele observou que o Chile tem impactos muito mais diretos da crise externa do que o Brasil, no entanto aquele país cresce a um ritmo próximo a 5%, ao lado de Colômbia e México.

O crescimento fraco põe em risco a geração de empregos em comércio e serviços, que são os grandes empregadores no país e onde se concentra a parcela da população que foi a maior beneficiada das políticas dos últimos anos, alertou.

Política fiscal

Fortalecer a política fiscal é a melhor forma de combater a alta do câmbio, afirmou Lisboa. O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirmou que as intervenções do Banco Central (BC) causam impactos "inesperados e contraproducentes" na taxa.

Já uma política fiscal sólida ajudaria a reduzir o câmbio e a controlar a inflação, com impacto também no sistema monetário, considerou. No entanto, observou, a credibilidade da política fiscal "é tema de debate".

Decisões tomadas pelo governo, como a concessão de empréstimos subsidiados, minam as perspectivas de médio e longo prazos da política fiscal. A fraqueza da política fiscal e as oscilações regulatórias põem o País numa situação delicada. "É por isso que o governo tira o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para o câmbio ir para baixo e ele vai para cima", disse.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraMercado financeiroPolítica fiscal

Mais de Economia

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta