O presidente da Bolívia, Evo Morales: "lamento muito dizer isso" (Maxim Shemetov/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 14h43.
La Paz - O presidente boliviano, Evo Morales, reconheceu nesta quarta-feira, em mensagem pelo aniversário de seu país, ter perdido créditos do Brasil para financiar duas estradas para a integração entre a zona amazônica e o centro da Bolívia.
"Lamento muito dizer isso. Seria um covarde em não dizer a verdade", disse Morales ao explicar que foram perdidos os créditos para as rotas Santo Inácio de Moxos-Villa Tunari e Riberalta-Rurrenabaque.
Trata-se de duas estradas-chave para a integração da Amazônia com o centro e o oeste da Bolívia, conectando zonas do departamento de Beni com Cochabamba e La Paz, e que também iam servir para favorecer os produtores do oeste brasileiro que transferem sua mercadorias aos portos do Pacífico.
Morales apontou como uma causa os problemas surgidos com o primeiro projeto devido à oposição dos nativos do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Secure (Tipnis).
Os indígenas que habitam o Tipnis organizaram em 2011 e 2012 manifestações de protesto contra esse projeto viário com o argumento de que a estrada danificaria essa reserva ecológica, e conseguiram paralisar as obras.
O líder disse que se preocupa em buscar financiamento para a rota entre Riberalta e Rurrenabaque porque se trata de mais de 500 quilômetros, mas seu plano é conseguir os fundos neste ano.
Para este projeto, o Brasil tinha se comprometido inicialmente com um fundo de US$ 230 milhões, enquanto para o outro, Santo Inácio de Moxos-Villa Tunari, prometeu US$ 332 milhões, que ficaram sem efeito.