Economia

Eurozona tem novo recorde do desemprego

Segundo os cálculos da Eurostat, 16,469 milhões de pessoas estavam desempregadas na Europa em dezembro, ou seja, 20.000 a mais que em novembro

Manifestação em Paris contra o desemprego na Europa: trata-se do oitavo mês consecutivo em que o desemprego alcançou e superou o limite dos 10% na região (Dominique Faget/AFP)

Manifestação em Paris contra o desemprego na Europa: trata-se do oitavo mês consecutivo em que o desemprego alcançou e superou o limite dos 10% na região (Dominique Faget/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 14h00.

Bruxelas - O índice de desemprego na Eurozona atingiu um recorde histórico em dezembro de 2011, a 10,4% da população ativa, segundo dados publicados nesta terça-feira pela agência europeia de estatísticas Eurostat.

Um novo recorde já havia sido atingido em novembro, depois que a Eurostat revisou para 10,4% o resultado do mês, contra 10,3% divulgados em um primeiro momento.

Este nível está em conformidade com as previsões dos analistas entrevistados pela agência Down Jones Newswires.

Trata-se do oitavo mês consecutivo em que o desemprego alcançou e superou o limite dos 10% na Eurozona.

Segundo os cálculos da Eurostat, 16,469 milhões de pessoas estavam desempregadas na Europa em dezembro, ou seja, 20.000 a mais que em novembro.

A Espanha continua sendo o país com o maior índice de desemprego, com 22,9%, igual ao do mês anterior e à frente da Grécia (19,2%).

A Áustria se mantém como o país em que o desemprego é o mais baixo, 4,1%, na frente da Holanda (4,9%), que supera no segundo lugar a Luxemburgo (5,2%).

O índice de desemprego na França, de 9,9%, aumentou em relação a novembro (9,8%). Na Alemanha, este índice se mantém nos 5,5%.

No conjunto da União Europeia (UE), em dezembro o índice de desemprego se manteve estável em relação a novembro, mas o Eurostat revisou para cima o índice de novembro (9,8%).

Justamente para impulsionar o crescimento e o emprego na Eurozona, os 27 dirigentes da UE se reuniram na segunda-feira em Bruxelas. Contudo, mais que medidas concretas para frear os flagelos de recessão e desemprego, os europeus acordaram um pacto que consagra a austeridade fiscal na Europa.

Apenas Grã-Bretanha e República Checa ficaram fora do tratado, que responde a uma exigência de disciplina da chanceler alemã, Angela Merkel, em troca de maior solidariedade financeira.

O centro das atenções, mas uma vez, foi a Grécia, que representa 2% do PIB da Eurozona e país onde teve início a crise da dívida.

"Pedimos que os ministros de Finanças (da Zona do Euro) realizem as ações necessárias para pôr em prática até o final da semana o acordo com os bancos e aprovem o novo programa de empréstimos de 130 bilhões de euros prometidos ao país", disse o presidente da UE, Herman Van Rompuy.

A Grécia tenta concluir as negociações com os credores privados, entre eles bancos, companhias de seguros e fundos de investimento - que consentiram em perdoar 50% da dívida grega que está em suas mãos.

Este acordo é condição indispensável para um novo pacote de ajuda a ser concedida pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).


Através desse pacto, os credores privados perdoariam cerca de 100 bilhões de euros da colossal dívida grega, mas até agora as negociações tropeçaram nas taxas de juros exigidas da Grécia pelo restante da dívida.

O Banco Central Europeu também está sob forte pressão para aceitar o perdão da dívida da Grécia em seus ativos.

Pairou sobre a cúpula de Bruxelas a sombra da controvérsia relacionada a uma proposta alemã de colocar a Grécia sob uma estrita tutela fiscal europeia. A proposição foi rejeitada secamente por vários países, entre eles a França.

O presidente Nicolas Sarkozy considerou que isso não seria "razoável, democrático e eficaz".

O governo de Atenas nem quer ouvir falar da proposta.

A chanceler Angela Merkel tentou acalmar os ânimos, mas sem se retratar.

Além das questões gregas, o pacto fiscal europeu obriga a fixação de um teto máximo de déficit de 0,5% do PIB sob pena de sanções (multa de até 0,1% do PIB) e exclui da ajuda europeia aqueles que não ratificarem o acordo.

A partir de agora, a Comissão Europeia ou qualquer país da Eurozona ou da UE que tenha firmado o tratado de governança europeia, poderá levar um país infrator ante o Tribunal da UE.

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