Zona do Euro: protesto em Bruxelas contra as medidas de austeridade (AFP / Eric Lalmand)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2013 às 14h14.
Bruxelas - A Eurozona recebeu notícias ruins nesta quarta-feira, com a continuidade da recessão no bloco no primeiro trimestre, enquanto a França registrou uma nova redução de seu PIB de 0,2%.
De acordo com uma primeira estimativa da agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caiu 0,2% no primeiro trimestre, após uma queda de 0,6% no trimestre anterior.
A situação é pior do que a esperada: a maioria dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires previam um declínio de 0,1%. Em um ano, o PIB caiu 1% na zona do euro.
A atividade econômica "foi, provavelmente, afetada pelo inverno rigoroso", considera Peter Vanden Houte, do ING Bank, uma situação que afetou particularmente o desempenho da Alemanha, a maior economia da zona do euro.
Embora os analistas tivessem previsto um crescimento de 0,3%, Berlim teve de se contentar com uma modesta recuperação, com um aumento do PIB de 0,1% no primeiro trimestre. A economia alemã registrou contração de 0,7% nos últimos três meses de 2012.
A esta decepção somou-se a entrada oficial da França em recessão. O país é agora considerado por alguns como o novo "doente da Europa". O PIB francês caiu 0,2% no primeiro trimestre, após uma contração de magnitude semelhante no último trimestre de 2012.
No entanto, o governo francês manteve a previsão de crescimento de 0,1% para 2013.
"A situação econômica é grave, não há nada que possa minimizar", declarou o presidente francês François Hollande ao seu gabinete.
"Mas o fracasso do crescimento é o mesmo em toda a Europa", acrescentou.
A recessão é profunda na Itália e na Espanha, onde o PIB caiu 0,5% nos primeiros três meses do ano. A Holanda também entrou em recessão, com o PIB em queda de 0,1% no primeiro trimestre, segundo a Eurostat.
Apontando "a queda na demanda", Hollande considerou necessário implementar iniciativas para "impulsionar o crescimento na Europa".
Uma conclusão confirmada por vários economistas. Mas "não devemos esperar muito da demanda doméstica nos próximos meses", alerta o analista da ING.
"Com exceção da Alemanha, o consumo das famílias deverá permanecer restrito na zona do euro, devido à austeridade e o desemprego crescente."
Na melhor das hipóteses, o PIB da Eurozona poderá estabilizar no segundo trimestre, antes de uma recuperação mais clara na segunda metade do ano.
*Matéria atualizada às 12h15