O presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, faz soar o sino antes de encontro do conselho da entidade, em Bruxelas (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 07h38.
Bruxelas - Os ministros das Finanças da Eurozona pediram à Grécia que acelere seu acordo com os bancos privados para reduzir significativamente a dívida grega e evitar uma declaração de insolvência, e embora tenham saudado as medidas tomadas pelo governo espanhol para reduzir o déficit, destacaram a necessidade de adotar medidas para combater o alto nível de desemprego.
"Pedimos ao governo grego e ao setor privado que concluam um acordo nos próximos dias", disse o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, durante entrevista coletiva, ao fim de uma reunião dos 17 ministros da Eurozona, em Bruxelas.
A Grécia decidiu prorrogar até 13 de fevereiro a possibilidade de chegar a um acordo com os bancos privados, os principais credores de sua dívida.
"As negociações com o setor privado continuarão de forma intensiva, com o objetivo de chegar a um acordo em 13 de fevereiro", destacou uma fonte diplomática em Atenas.
O representante do setor bancário internacional, Charles Dallara, declarou que os credores privados apresentaram sua oferta "máxima" sobre o que estão dispostos a suportar como perda.
O objetivo da negociação em Atenas era que os banqueiros aceitarão voluntariamente perdoar 100 bilhões de euros da dívida pública grega para evitar a quebra desordenada do país. A ideia é reduzir o peso da dívida de 162% (350 bilhões de euros) do Produto Interno Bruto (PIB) para 120% em 2020, mediante uma troca de bônus.
Mas ainda resta resolver os juros dos novos títulos que a Grécia emitirá dentro desta troca e a magnitude exata das perdas que os bancos sofrerão.
"A Espanha tomou as medidas adequadas frente ao equilíbrio fiscal", saudou o comissário de Assuntos Monetários da zona do euro, Olli Rehn, durante coletiva, mas o novo governo de Mariano Rajoy deve tomar medidas para "combater o alto e inaceitável desemprego", afirmou após a reunião com ministros.
"Lamentamos que a Espanha não tenha podido cumprir sua meta de déficit fiscal", disse Rehn. "É essencial, agora, que o governo espanhol restaure a credibilidade", acrescentou.
"Esta é uma crise de confiança", disse.
As declarações ocorrem depois que previsões do Banco da Espanha indicaram que a economia espanhola voltará a cair em recessão em 2012 pelo baixo consumo dos lares, que sofrem com as estritas medidas de austeridade e um percentual recorde de desemprego, que continuará subindo este ano.
Segundo o boletim mensal do Banco da Espanha, a economia do país cairá em recessão em 2012, perdendo 1,5% do PIB, e iniciará uma "modesta recuperação" em 2013, com um crescimento de 0,2%.
Estes dados são muito inferiores às últimas previsões de crescimento do governo para 2012 e 2013, que se situam em 2,3% e 2,4%, respectivamente.