Economia

Eurogrupo quer tirar dúvidas antes de aprovar resgate grego

A Comissão Europeia (CE) enviou hoje ao Eurogrupo os documentos técnicos e jurídicos para um terceiro programa de assistência financeira à Grécia


	Vista de bandeiras da União Europeia: "Há ainda algumas questões e dúvidas, mas acreditamos que vai haver um acordo amanhã"
 (Siska Gremmelprez/AFP)

Vista de bandeiras da União Europeia: "Há ainda algumas questões e dúvidas, mas acreditamos que vai haver um acordo amanhã" (Siska Gremmelprez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 13h28.

Bruxelas - Os ministros de Economia e de Finanças da zona do euro terão que esclarecer amanhã, sexta-feira, algumas dúvidas sobre o terceiro resgate financeiro à Grécia, o que mantém sobre a mesa a possibilidade de um novo crédito-ponte ao país se não for fechado um acordo.

"Há ainda algumas questões e dúvidas, mas acreditamos que vai haver um acordo amanhã", disseram à Efe fontes europeias.

A Comissão Europeia (CE) enviou hoje ao Eurogrupo (ministros de Economia e Finanças da zona do euro) os documentos técnicos e jurídicos para um terceiro programa de assistência financeira à Grécia, de até 86 bilhões de euros e com uma duração de três anos.

Este programa será conduzido pelo fundo de resgate permanente da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), e tanto a Grécia como as instituições credoras confiam - à espera da votação esta noite no parlamento grego - que o Eurogrupo dará sinal verde.

Mas a Alemanha insistiu nos últimos dias que um programa de três anos para a Grécia tem que ter uma base sólida e não deve ser estipulado de maneira precipitada.

O governo alemão disse precisar de tempo para fazer uma análise completa e pediu esclarecimentos sobre o papel futuro do Fundo Monetário Internacional (FMI), a sustentabilidade da dívida, a credibilidade de certas reformas e as privatizações.

O parlamento alemão terá que submeter o acordo a ratificação de seus deputados, provavelmente na próxima terça-feira ou quarta-feira, mas também outros Parlamentos nacionais deverão aprová-lo, como é o caso de Finlândia e Estônia.

A intenção da Grécia e do grupo de credores, composto por CE, FMI, Banco Central Europeu (BCE) e MEE, é conseguir um acordo político nesta sexta-feira para que a Grécia possa receber um primeiro desembolso do novo programa antes de 20 de agosto.

Nessa data o governo de Alexis Tsipras deve pagar 3,4 bilhões de euros ao BCE.

Outras fontes sublinharam hoje que amanhã o Eurogrupo tem diante de si uma decisão "política" para acabar com todas as dúvidas que ainda pesam sobre o terceiro resgate heleno.

Se não houver um acordo a tempo, os países pediram à CE que envie ao Conselho e ao Eurogrupo não só os documentos jurídicos e técnicos do acordo para o terceiro resgate, mas também outros de "contingência" para o eventual uso de um crédito-ponte que permita a Grécia cobrir suas necessidades financeiras.

Este seria o segundo financiamento ponte este ano para a Grécia, após os 7,16 bilhões de euros que recebeu em julho, e que permitiram ao país honrar suas obrigações financeiras com o BCE e pagar as parcelas atrasadas ao FMI.

Foram os "número dois" dos ministros de Economia e de Finanças da União Europeia (UE), em uma conferência telefônica quarta-feira do Comitê Econômico e Financeiro, que fizeram este pedido à CE, revelou hoje a porta-voz comunitária Annika Breidthardt.

Um novo crédito-ponte, que Tsipras quer evitar, sairia de novo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, controlado pela CE e financiado pelo orçamento comunitário, ou seja, pelos 28 Estados-membros da União e não só pelos que compartilham o euro como moeda.

Mas Tsipras prefere que o primeiro pagamento já faça parte do novo programa de resgate e calcula uma parcela inicial entre 20 bilhões e 25 bilhões de euros, para pagar o BCE dia 20, outra parcela que vence em setembro de 1,6 bilhão de euros, e o primeiro crédito ponte concedido pela UE em julho.

Além disso, o primeiro desembolso incluiria 10 bilhões de euros de injeção imediata para recapitalizar os bancos, ainda sob controle de capital.

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