Merkel: a chanceler disse que agora os países da eurozona devem esperar que o Parlamento do Chipre apresente à troika alternativas à proposta rejeitada (John Macdougall/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 11h19.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira diante da comissão para a Europa do Bundestag (câmera baixa alemã) que o Eurogrupo aprova que os poupadores com menos de 100.000 euros em bancos cipriotas não contribuam com o resgate.
"O Eurogrupo voltou a deixar novamente claro que acha correto que os depositantes com menos de 100.000 euros não sejam envolvidos", afirmou a chefe do governo alemão aos meios de comunicação após discursar na comissão parlamentar.
Além disso, Merkel mostrou sua decepção pela votação de ontem à tarde no Parlamento cipriota, onde o programa de ajuda financeira definido no fim de semana passado pelo Eurogrupo para Nicósia, que previa a taxação dos depósitos, foi rejeitado.
A chanceler disse que agora os países da eurozona devem esperar que o Parlamento do Chipre apresente à troika, composta pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE), alternativas à proposta rejeitada.
O plano inicial, estipulado na madrugada do sábado, incluía a introdução de um controvertido imposto extraordinário a todos os poupadores, que seria de 6,75% para os depósitos com menos de 100.000 euros e de 9,9% para quantias maiores.
A polêmica causada pelo anúncio da medida inédita na Europa levou os membros da eurozona a redefinirem os termos do resgate.
Merkel ressaltou que considera que os poupadores com mais de 100.000 euros devem contribuir ao resgate. O governo alemão afirmou desde o início do problema que considera "justo" que os depositantes sejam envolvidos no resgate, mas que o a divisão da taxação foi uma decisão exclusiva de Nicósia.
Berlim lembrou que o Parlamento cipriota pode modificar as taxas aplicadas aos depósitos, mas que a contribuição total ao resgate, de cerca de 5,8 bilhões, deve ser mantida. EFE