Economia

EUA revisam crescimento para 2% no primeiro trimestre

O Departamento do Comércio revisou para baixo o crescimento econômico, mas para o 2º trimestre, economistas projetam um salto graças aos cortes tributários

De janeiro a março, o consumo, cresceu um modesto 0,9%, a alta mais moderada desde meados de 2013 (Jonathan Ernst/Reuters)

De janeiro a março, o consumo, cresceu um modesto 0,9%, a alta mais moderada desde meados de 2013 (Jonathan Ernst/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de junho de 2018 às 14h39.

O crescimento econômico dos Estados Unidos no primeiro trimestre foi revisado para baixo, segundo uma estimativa final do Departamento do Comércio.

O produto interno bruto (PIB) americano avançou em um ritmo anual de apenas 2% de janeiro a março de 2018, um pouco menos dos 2,2% calculados na última estimativa feita no final do mês passado.

Para o segundo trimestre, os economistas predizem que haverá um salto graças aos cortes tributários da administração de Donald Trump.

O primeiro cálculo será feito no próximo dia 27 de julho.

De janeiro a março, o consumo, locomotiva tradicional da primeira economia mundial, cresceu um modesto 0,9%, a alta mais moderada desde meados de 2013.

Os americanos gastaram menos em serviços do que o calculado antes, especialmente nos serviços financeiros e de seguros.

As exportações - destaque nas disputas internacionais de Trump - subiram menos que o esperado, 3,6%, contra 4,2% previstos antes.

As decepcionantes vendas de bens (+3,4% em vez de 5,4%) não foram compensadas por melhores contratos de serviços.

Já as importações tiveram uma revisão para cima e passaram a 3,2% ante 2,8%.

A recomposição dos estoques foi menos sólida que o calculado.

Entre as boas notícias, os investimentos não residenciais de empresas subiram mais que o esperado, a 10,4%, com uma alta das receitas por direitos de propriedade intelectual (+13,2%).

Os gastos do governo também tiveram contribuição positiva, crescendo 1,3%.

Como sintoma de um aumento de preços um pouco mais sustentado, o núcleo da inflação, que exclui energia e alimentos, medido pelo índice PCE, subiu para 2,3% ao ano no primeiro trimestre. Esse é seu nível mais alto em sete anos e está acima da meta de 2% do Fed.

Mais do que os dados do primeiro trimestre, que já são antigos, os economistas estão acompanhando os resultados do segundo trimestre que fecha esta semana.

"Espera-se um dado muito bom", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, um dos arquitetos da reforma tributária desenvolvida para estimular o crescimento.

Um dos dados que alimenta o otimismo é que o Fed de Atlanta espera um crescimento de 4,2% em ritmo anualizado para o segundo trimestre.

Para os analistas do Barclays Research, "este período de indiferença no primeiro trimestre é transitório e já há sinais de uma recuperação sólida do crescimento no segundo trimestre".

A previsão do Barclays Research é de um crescimento de 3,5% entre abril e junho, mas esses economistas acreditam que essa taxa pode ser maior.

"Esperamos que os efeitos dos estímulos fiscais sustentem a expansão (do PIB) até o final do ano", disseram eles.

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