O presidente dos EUA, Barack Obama, discursa sobre o "abismo fiscal" norte-americano ao lado do vice Joe Biden na Casa Branca (REUTERS/Kevin Lamarque)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2012 às 09h22.
São Paulo - O presidente Barack Obama convidou os líderes do Congresso para irem à Casa Branca na próxima para iniciar as discussões que podem evitar o chamado "abismo fiscal", mas salientou as tensões entre os partidos políticos sobre impostos dizendo que qualquer compromisso terá de incluir impostos mais elevados para os americanos mais ricos. "Eu me recuso a aceitar qualquer abordagem que não seja equilibrada", afirmou Obama.
A posição de Obama sobre impostos está em disputa com o presidente da Câmara, John Boehner (republicano por Ohio), principal líder republicano em Washington, que a apenas duas horas antes havia dito que os republicanos não concordam com o aumento de impostos como parte do um acordo com os democratas.
"Não podemos apenas reduzir nosso caminho para a prosperidade. Somos sérios em relação à redução do déficit", afirmou Obama hoje à tarde na Casa Branca. "Teremos de combinar corte de gastos com arrecadação, o que significa pedir aos americanos mais ricos que paguem um pouco mais de impostos."
Como exemplo de um possível compromisso, Obama salientou que o plano de redução do déficit divulgado por ele ano passado, dizendo que embora ele não seja "apegado" a todos os aspectos do plano, ele aborda o "abismo fiscal" de uma forma equilibrada. O presidente disse que também planeja introduzir a abordagem da crise fiscal do ponto de vista de empresas, população e líderes trabalhistas.
Pouco depois, o secretário de Imprensa da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que Obama vetará a extensão dos cortes de impostos para a parcela mais rica dos contribuintes americanos.
Em seus comentários, Boehner disse que espera "conversas produtivas" com o presidente relacionadas com o "abismo fiscal" na tentativa de chegar a um acordo para evitar uma combinação de aumentos de impostos e corte de gastos no final deste ano.
Boehner deixou poucas dúvidas de que os republicanos vão continuar a se opor ao aumento de impostos como parte de um compromisso com os democratas, embora tenha deixado a porta aberta para novas receitas que são geradas a partir do fim de algumas deduções fiscais.
"O problema com o aumento de imposto sobre os americanos mais ricos é que nós sabemos que mais da metade deles são donos de empresas de pequeno porte", afirmou. "Também sabemos que isso desaceleraria nossa economia." No entanto, ele acrescentou que "é claro que há todos os tipos de deduções, algumas que fazem sentido, outras que não fazem".
Sem uma ação do Congresso, uma série de cortes de gastos e aumentos de impostos automáticos entrará em vigor em 2 de janeiro do ano que vem. As informações são da Dow Jones.