As multas se baseiam em um acordo entre a Justiça dos EUA e os bancos americanos Citigroup, JP Morgan Chase e os britânicas Barclays e Royal Bank of Scotland (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 14h13.
Washington - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira que cinco dos maiores bancos do mundo terão que pagar em conjunto uma multa de mais de US$ 3 bilhões por manipularem de maneira contínua durante cinco anos o câmbio das divisas em nível internacional.
"Terão que pagar um total de quase US$ 3 bilhões em multas e sanções", anunciou em entrevista coletiva a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch.
As multas se baseiam em um acordo entre a Justiça dos EUA e os bancos americanos Citigroup, JP Morgan Chase e os britânicas Barclays e Royal Bank of Scotland, que reconheceram seu papel na manipulação do mercado de divisas.
Segundo Lynch, esses bancos terão que pagar uma multa que no total soma mais de US$ 2,5 bilhões, enquanto só o Citigroup terá que arcar com uma sanção de US$ 925 milhões.
A quinta entidade, o UBS, o maior banco suíço, pagará uma sanção de US$ 545 milhões às autoridades americanas por descumprir um acordo prévio que exigia que a companhia não voltasse se envolver em ações fraudulentas, o que não foi respeitado, segundo a Justiça dos Estados Unidos.
Em comunicado, o UBS disse que não deve enfrentar acusações penais pela manipulação de divisas, mas que deverá se declarar culpado por más práticas em relação às taxas de juros nos empréstimos interbancários, conhecidos como Libor.
Segundo Lynch, o esquema começou em 2007, quando os operadores de divisas desses bancos formaram um grupo chamado "O Cartel".
"Apropriadamente escolheram esse nome para descrever seu comportamento ilegal durante cinco anos. Quase todos os dias, durante cinco anos, utilizaram uma sala de chat privada para manipular a taxa de câmbio entre euros e dólares utilizando uma linguagem criptografada para ocultar seu complô", explicou a procuradora-geral.
O comportamento dos bancos "como companheiros, em vez de como concorrentes", para fazer com que a taxa de câmbio os favorecesse prejudicou "incontáveis" investidores e instituições de todo o mundo, incluindo outros bancos e clientes que acreditaram que o mercado geraria um câmbio competitivo, segundo Lynch.