Índia: país pode perder uma importante concessão comercial dos Estados Unidos (Jim Young/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 11h36.
Nova Délhi - A Índia pode perder uma importante concessão comercial dos Estados Unidos, sob a qual o país desfruta de tarifas zero sobre 5,6 bilhões de dólares em exportações para os EUA, em meio a uma disputa crescentes sobre suas políticas de investimento e comerciais, disseram pessoas com conhecimento próximo do assunto.
Um movimento para retirar o Sistema de Preferências Generalizadas da Índia, o maior beneficiário mundial de um sistema que está em vigor desde os anos 1970, seria a mais intensa ação punitiva desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu em 2017 prometendo reduzir o déficit norte-americano com outras grandes economias.
Trump repetidamente chamou a atenção da Índia por suas altas tarifas.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, procurou o investimento estrangeiro como parte de sua campanha "Produza na Índia" para transformar o país em um centro de produção e fornecer empregos para os milhões de jovens que entram no mercado de trabalho.
Trump, por sua vez, pressionou para que a indústria norte-americana volte a produzir dentro dos EUA como parte de sua campanha "Make America Great Again".
O gatilho para o último abalo nas relações comerciais foram as novas regras da Índia sobre o comércio eletrônico, que restringem a maneira como a Amazon.com e a Flipkart fazem negócios em um mercado online em rápido crescimento, que deve atingir 200 bilhões de dólares até 2027.
O Representante de Comércio dos EUA estava concluindo uma revisão do status da Índia como beneficiária do Sistema de Preferências Generalizadas e um anúncio é esperado para as próximas duas semanas, disseram as fontes.
"(Os dois lados) estavam tentando resolver o pacote comercial, mas não conseguiram finalizar o acordo. Enquanto isso, outras coisas, localização de dados e comércio eletrônico, surgiram", disse uma das fontes.
A Índia e os Estados Unidos desenvolveram estreitos laços políticos e de segurança. Mas o comércio bilateral, que ficou em 126 bilhões de dólares em 2017, é amplamente visto como tendo um desempenho de quase um quarto de seu potencial.