EUA: "faremos um dos maiores cortes em impostos" na história americana, disse um dos representantes da equipe de Trump (Carlos Barria/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de abril de 2017 às 16h04.
São Paulo - Dois dos principais nomes do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentaram nesta quarta-feira a proposta da administração para uma reforma tributária apontada como a maior no país desde os anos 1960.
"Faremos um dos maiores cortes em impostos" na história americana, disse Gary Cohn, diretor do Conselho Econômico Nacional.
Também falando na entrevista coletiva em Washington, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que a ideia é avançar com a proposta no Congresso o mais rápido possível e conseguir concluir as mudanças ainda em 2017.
Cohn argumentou que, nos últimos 25 anos, outros países realizaram cortes agressivos em impostos para as empresas. Como resultado disso, os EUA seriam atualmente "dos menos competitivos" entre os países desenvolvidos, em relação à carga tributária.
"Vamos cortar impostos e simplificar o código tributário", afirmou o diretor do Conselho Econômico Nacional. No caso das pessoas físicas, a ideia do governo Trump é transformar as sete faixas tributárias em apenas três, com taxas de 10%, 25% ou 35%.
Cohn disse ainda que a intenção é acabar com tarifas que beneficiam apenas os que têm renda mais alta. "Nós faremos isso pelo povo americano, mesmo com ataques da direita e da esquerda", argumentou.
"Essa reforma tributária tem como meta gerar crescimento e empregos."
Sobre uma lei de repatriação de recursos, Cohn disse que há um trabalho junto a congressistas para fechar detalhes sobre essas regras. Não foi divulgada, porém, qual alíquota seria adotada.
Mnuchin disse que o governo Trump trabalha para repatriar trilhões de dólares. O secretário voltou a argumentar que os EUA têm uma economia consistente com um crescimento de 3% ou mais ao ano. "O objetivo do presidente é criar crescimento econômico", reforçou.
Mnuchin afirmou que, com o modelo tributário atual, "não surpreende que companhias dos EUA deixem trilhões de dólares no exterior".
Agora, segundo ele, o novo modelo trará de volta ao país "trilhões de dólares", que resultarão em mais investimentos, crescimento e empregos.
O secretário afirmou que ainda o núcleo da proposta apresentada hoje já foi discutido com lideranças do Congresso. "E eles concordam 100% com isso", garantiu Mnuchin.
O plano prevê ainda a revogação de um imposto de 3,8% do chamado Obamacare, a reforma de saúde realizada pelo ex-presidente Barack Obama, que atinge pequenas empresas e investimentos.