Economia

EUA afirmam que tarifa sobre aço é resposta a práticas desleais

Secretário Steven Mnuchin admitiu que, ao anunciar medidas como essa, sempre existe o risco de outros países responderem

Steven Mnuchin: secretário dos EUA disse que "isso não é sobre protecionismo, mas sobre tratamento recíproco" (Marcos Brindicci/Reuters)

Steven Mnuchin: secretário dos EUA disse que "isso não é sobre protecionismo, mas sobre tratamento recíproco" (Marcos Brindicci/Reuters)

E

EFE

Publicado em 20 de março de 2018 às 19h24.

Buenos Aires - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, defendeu nesta terça-feira, durante reunião ministerial do G20, na Argentina, as tarifas sobre a importação de aço e alumínio anunciadas pelo presidente do país, Donald Trump, alegando que elas são uma resposta às práticas desleais de comércio.

"Elas são o resultado de práticas desleais e por isso nós respondemos desta maneira", disse Mnuchin em entrevista coletiva após o término da reunião de ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G20, em Buenos Aires.

A medida, anunciada por Trump no último dia 8 de março, foi debatida dentro das deliberações do G20. Apesar das tensões, Mnuchin renovou o compromisso dos EUA com o livre comércio.

"Isso não é sobre protecionismo, mas sobre tratamento recíproco. Não buscamos a nossa proteção, buscamos um comércio livre e justo no comércio de aço e alumínio", ressaltou o secretário do Tesouro.

Mnuchin admitiu que, ao anunciar medidas como essa, sempre existe o risco de outros países responderem. No entanto, o secretário do Tesouro afirmou que a Casa Branca não se assusta com isso.

O secretário não quis falar sobre o número de países que podem ser excluídos da tarifa, como o México e Canadá, se limitando a dizer que há "conversas em andamento".

"Esperamos que o presidente tome uma decisão em breve", disse.

Para Mnuchin, a Casa Branca sempre foi transparente sobre sua política econômica. Desde o início de seu governo, segundo o secretário, Trump foi claro que defende o livre comércio desde que ele seja justo e com tratamento recíproco.

"Os EUA são o maior mercado comercial, continuaremos sendo-o e esse governo quer garantir que fazemos comércio limpo", disse.

Segundo Mnuchin, as discussões sobre as tarifas de aço e alumínio foram uma parte "muito pequena" da reunião dos ministros do G20. Para ele, o encontro foi bastante produtivo, com consensos em diversos assuntos. Como destaque, o secretário escolheu a decisão de evitar que criptomoedas sirvam para financiar atividades ilegais.

"Há também uma visão geral na maior parte do G20 de que nosso desejo é ver a China abrindo seu mercado, de tal modo que nós possamos participar do mercado deles como eles participam do nosso, com uma relação mais balanceada e recíproca", explicou.

Mnuchin também considerou como "muito produtiva" a reunião realizada ontem, em um encontro paralelo ao G20, para discutir a crise na Venezuela. Depois do encontro, Trump assinou uma ordem executiva que proibia cidadãos americanos de fazer transações com a moeda digital criada pelo governo de Nicolás Maduro.

Os EUA consideram que o uso da criptomoeda é parte do esforço de Maduro para manter o "regime ditatorial" e evitar sanções.

"Em termos gerais, não fazemos comentários sobre futuras ações, mas posso ter certeza de que continuaremos avaliando a situação. Estamos considerando sanções adicionais", concluiu Mnuchin.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)G20

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto