Economia

Etanol, Uber, café: veja os itens que mais subiram de preço no Brasil

O etanol é o produto ou serviço que mais subiu no Brasil em 12 meses, com alta de 69%. Dentre os alimentos, o campeão é o pimentão

Transporte por aplicativo: serviço teve alta de 35% nos preços praticados, segundo o IPCA (Germano Lüders/Exame)

Transporte por aplicativo: serviço teve alta de 35% nos preços praticados, segundo o IPCA (Germano Lüders/Exame)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 10h35.

Última atualização em 10 de dezembro de 2021 às 10h55.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de novembro ficou em 0,95%, segundo divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo IBGE. Apesar da leve desaceleração em relação aos meses anteriores, o Brasil tem inflação chegando a 10,74% no acumulado de 12 meses, com algumas das piores altas desde o lançamento do Plano Real, em 1994.

Se o número geral já assusta, alguns itens específicos vêm tendo aumentos de preço ainda mais astronômicos.

É o caso dos combustíveis, tanto para veículos quanto os usados nas residências. Esse grupo novamente puxou a alta do IPCA em novembro, e no acumulado de 12 meses, os combustíveis para veículos já subiram 53%, além de alta de 39% nos domésticos, como gás de cozinha.

Veja abaixo os itens individuais que mais subiram no acumulado de 12 meses no IPCA até novembro (em %):

Etanol69.40
Pimentão54.95
Açúcar refinado51.38
Gasolina50.78
Óleo diesel49.56
Gás veicular43.67
Café moído41.52
Açúcar cristal40.00
Gás de botijão38.88
Mandioca38.33
Passagem aérea36.53
Transporte por aplicativo35.49
Frango em pedaços33.57
Revista32.41
Fubá de milho32.10
Energia elétrica residencial31.87
Batata-doce30.72
Material hidráulico30.48
Mudança29.96
Filé-mignon29.66
Pneu28.75
Açúcar demerara28.16
Melancia27.99
Margarina24.35
Carne de carneiro23.75
Frango inteiro22.90
Pera22.45
Televisor22.35
Milho (em grão)21.38
Gás encanado20.87

A alta dos combustíveis impacta também outros grupos de serviços usados pelos brasileiros, com destaque para o transporte por aplicativo, que subiu 35% nos últimos 12 meses no cálculo nacional do IPCA (as variações são diferentes a depender da capital avaliada).

Como a EXAME mostrou, o preço alto da gasolina e do etanol tem feito motoristas de aplicativo desistirem de aceitar corridas nos últimos meses, com muitas viagens deixando de se pagar.

As passagens aéreas também tiveram alta de 36%, incentivadas pelo preço dos combustíveis de avião e reabertura da economia com a vacinação no Brasil e no mundo.

A energia elétrica residencial também segue entre as maiores altas diante da crise hídrica que afetou a geração de energia nas hidrelétricas neste segundo trimestre.

Dentre o grupo de alimentos e bebidas, grande vilão da inflação em 2020 e um dos que mais afetam o bolso do consumidor, os preços desaceleraram levemente em novembro.

No acumulado de 12 meses até novembro, a alta de alimentos e bebidas é de 8%, abaixo do IPCA geral. Mas alguns subgrupos específicos acumulam variação ampla, como os açúcares (19%) e aves e ovos (26%).

(Arte/via Flourish/Exame)

Dentre os alimentos individualmente, o campeão é o pimentão (alta de 55%). Ao todo, o grupo de hortaliças e verduras também subiu pouco acima do IPCA geral, na casa dos 11%.

O IPCA é calculado pelo IBGE com base em uma cesta de produtos e serviços usados pelas famílias brasileiras. São feitas ponderações matemáticas que fazem alguns produtos terem mais peso do que outros no cálculo geral do índice, a depender da frequência com que é consumido pelo perfil geral das famílias.

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