Economia

Etanol deixa de ser vantajoso ante a gasolina em SP

Mesmo com o reajuste nos preços da gasolina, abastecer com etanol ficou mais caro


	Abastecimento: a relação entre os preços do etanol e da gasolina era de 69,82% na última semana de fevereiro
 (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Abastecimento: a relação entre os preços do etanol e da gasolina era de 69,82% na última semana de fevereiro (Jeff J Mitchell/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 19h20.

São Paulo - A marca de 70% na relação entre os preços do etanol e da gasolina em São Paulo foi ultrapassada na primeira semana de março, atingindo 71,23%, informou ontem a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). É a primeira vez que a correlação rompe o patamar desde a última semana de abril de 2012, quando ficou em 70,18%.

Na última semana de fevereiro de 2013, estava em 69,82%. Na avaliação de especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso ante a gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor do combustível proveniente do petróleo.

A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina. Abastecer com etanol se tornou ainda mais desvantajoso na capital paulista, apesar do reajuste recente nos valores da gasolina, que subiram 2,48% de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da primeira quadrissemana de março.

O resultado mostra uma desaceleração ante o fechamento de fevereiro, quando a gasolina avançou 4,01%, contribuindo para o arrefecimento da inflação do grupo Transportes (0,84% para 0,69%) dentro do índice. Segundo o economista e coordenador do IPC, Rafael Costa Lima, o impacto do reajuste nos preços da gasolina, de 6,6% nas refinarias, autorizado pelo governo no fim de janeiro, deve continuar a aparecer no IPC até o fim de março. "Nas pesquisas de ponta (semanal), já está perto do zero", disse.

Contudo, os preços do etanol (4,35%) avançaram num ritmo mais expressivo que os da gasolina. "A alta reflete o período da entressafra da cana, quando os estoques estão baixos. Quem contava com o etanol para se proteger da alta da gasolina não vai conseguir. A relação deve manter-se acima dos 70% no curto prazo, ao menos enquanto não entrar a safra nova, em abril", afirmou, acrescentando que, na ponta, o combustível já sobe 5,20%.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCombustíveisCommoditiesEnergiaEtanolGasolina

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto