Dólar e reais:o movimento pode resultar numa retração do fluxo de capital equivalente a 2,22% do PIB brasileiro no acumulado em três meses (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 07h47.
São Paulo - O Brasil não deve ser o país emergente que sofrerá a maior retração na entrada de capital estrangeiro com a alta dos juros nos EUA em 2015, mas o impacto poderá ser significativo sobre a economia.
É o que mostra um estudo sobre o impacto do início da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre o fluxo de capital para países emergentes - publicado na semana passada pelo Banco Central do Canadá.
Intitulado "The Impact of U.S. Monetary Policy normalization on Capital Flows to Emerging-Market Economies", o estudo foi escrito por Tatjana Dahlhaus e Garima Vasishtha, do Departamento de Análise Econômica Internacional do Bank of Canadá.
Os autores concluíram que um choque que provoque um aumento de 120 pontos-base (1,2 ponto porcentual) no "yield" (taxa de retorno) dos títulos de longo prazo dos EUA resulta numa queda do fluxo de capital de portfólio (investimento financeiro) equivalente a 1,2% do PIB dos emergentes ao longo de três meses.
Este movimento pode resultar numa retração do fluxo de capital equivalente a 2,22% do PIB brasileiro no acumulado em três meses. Em 12 meses, o impacto seria de 3,27% do PIB.
Os países emergentes que mais sofrerão são: Hungria (-3,95% do PIB, em três meses), África do Sul (-3,88%) e Malásia (-3,18%).
Já os que deverão sofrer menor impacto são: Venezuela (-0,27%), Bulgária (-0,28%) e Romênia (-0,48%). A Argentina sofrerá um impacto de 0,61% do PIB em retração de fluxo de capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.