Economia

Estou no governo porque presidente gosta de privatizar, diz Salim Mattar

Secretário especial de Desestatização reforçou que a meta da sua pasta é promover a abertura econômica do país

Salim Mattar: secretário reforçou que objetivo de sua pasta é a abertura econômica do país (Amanda Perobelli/Reuters)

Salim Mattar: secretário reforçou que objetivo de sua pasta é a abertura econômica do país (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de agosto de 2019 às 17h01.

Última atualização em 12 de agosto de 2019 às 17h36.

O secretário especial de Desestatização, Desenvolvimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, voltou a dizer nesta segunda-feira, 12, que o verdadeiro motivo de compor a equipe do governo federal é a vocação e inclinação do presidente da República, Jair Bolsonaro, em privatizar.

"O motivo de eu estar no governo é que o presidente gosta de privatizar", disse Mattar ao participar da 20ª Conferência Anual Santander na capital paulista.

O secretário reforçou que a meta da sua pasta é levar o País na direção da abertura de sua economia e que, para isso, dentre todos os pontos da agenda liberal do atual governo, as privatizações serão levadas a cabo.

"Eu acho que governo não deve investir. Quem quer investir é o setor privado. Essa é a minha visão e não do Ministério da Economia", disse o secretário.

Ele disse ainda que apesar de o ministro da Economia Paulo Guedes ter estimado em R$ 20 bilhões os recursos que poderiam se arrecadados com as privatizações, o potencial com as vendas totais dos ativos públicos é de R$ 990 bilhões e que para atingir os R$ 20 bilhões do governo só faltam 10%. Ou seja, R$ 2 bilhões.

BNDES

Mattar também disse que o governo Bolsonaro recebeu da gestão anterior um rombo de R$ 196 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Esse foi o Brasil que recebemos", disse por várias vezes durante sua palestra sempre que citava um número.

De acordo com o secretário, a perda potencial dos bancos públicos com a Odebrecht é da ordem de R$ 27 bilhões e o rombo total recebido pela atual gestão do governo anterior é de R$ 440 bilhões.

"O Hospital Sara Kubitschek, que é uma referência, chegou a não ter nem gaze para atender os pacientes e o País com um rombo de R$ 440 bilhões", disse o secretário, que argumenta que, com esse dinheiro, poderiam ser feitas muitas residências populares e leitos de hospitais.

Mattar disse ainda que a situação dos Correios se tornou insustentável e que o governo está estudando formas de privatizar a empresa. No entanto, preferiu não adiantar detalhes alegando, que por se tratar de um assunto polêmico, o governo está trabalhando "mineiramente".

Sobre a reforma da Previdência, ele disse que está bem encaminhada e que o problema é que ela é "pessimamente administrada e assegura privilégios".

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