Crédito: spread bancário teve um recuo de 2,4 pontos na mesma base de comparação, a 36,9 pontos percentuais (iStock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 28 de junho de 2017 às 10h59.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às 11h14.
Brasília - O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,2 por cento em maio sobre abril, a 3,065 trilhões de reais, apontando a contínua fraqueza no apetite por financiamentos após dois anos de profunda recessão e em meio ao alto nível de desemprego no país.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o saldo total de crédito no Brasil recuou 1,3 por cento, divulgou o Banco Central nesta quarta-feira. Em 12 meses, a contração é de 2,6 por cento.
O movimento tem ocorrido a despeito da bilionária liberação de saques de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), investida que o governo do presidente Michel Temer acreditava que daria algum ímpeto à contratação de financiamentos, também ajudando a diminuir o nível de inadimplência.
Em maio, contudo, a taxa de inadimplência no segmento de recursos livres, em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras, subiu a 5,9 por cento ante 5,7 por cento em abril, voltando ao nível visto pela última vez em outubro do ano passado.
Isso se deu apesar da melhora vista no custo dos empréstimos, na esteira da redução da Selic que vem sendo promovida pelo BC.
Desde outubro passado, quando iniciou o afrouxamento nos juros básicos, até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do último mês, o BC cortou a taxa básica em 4 pontos percentuais, a 10,25 por cento ao ano.
Em maio, os juros médios no segmento de recursos livres caíram a 46,8 por cento ao ano, sobre 49,3 por cento em abril.
O spread bancário, que mede a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final, também recuou a 36,9 pontos percentuais no segmento de recursos livres, ante 39,3 pontos em abril.