Economia

Estoque de crédito no Brasil cai 0,2% em abril, aponta BC

Saldo total de crédito chegou a 3,072 trilhões de reais, volume correspondente a 48,4 por cento do Produto Interno Bruto

Crédito: BC estima que o estoque total de financiamentos terá avanço de 2 por cento em 2017 (iStock/Thinkstock)

Crédito: BC estima que o estoque total de financiamentos terá avanço de 2 por cento em 2017 (iStock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 25 de maio de 2017 às 11h28.

Brasília - O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,2 por cento em abril ante março apesar do prosseguimento no mês da bilionária retirada de recursos de contas inativas do FGTS, indicando a demora para a retomada dos financiamentos no país.

Com isso, o saldo total de crédito no Brasil chegou a 3,072 trilhões de reais, volume correspondente a 48,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central nesta quinta-feira.

Após um recuo histórico de 3,5 por cento em 2016, o BC estima que o estoque total de financiamentos terá avanço de 2 por cento em 2017, na esteira da modesta recuperação projetada para a economia.

No acumulado dos quatro primeiros meses, contudo, o dado segue no negativo, com retração de 1,1 por cento.

Em abril, especificamente, ocorreu o segundo mês de liberação dos saques de contas inativas do FGTS, medida colocada em prática pelo governo do presidente Michel Temer para dar algum ímpeto à atividade.

A equipe econômica chegou a prever que a investida ajudaria na diminuição do endividamento das famílias, impactando positivamente os índices de inadimplência e as taxas de spread.

Considerando apenas o segmento de recursos livres, em que as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras, a inadimplência não cedeu, ficando estável em abril em 5,7 por cento.

Mas o spread, que mede a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final, caiu 3,2 pontos na mesma base de comparação, a 39,1 pontos percentuais, menor patamar em um ano.

Os juros médios, por sua vez, também caíram a 49,1 por cento no segmento de recursos livres, contra 52,5 por cento em março, reagindo ao ciclo de afrouxamento monetário que foi iniciado pelo BC em outubro passado e também afetados pela diminuição do custo do rotativo do cartão de crédito.

Mais cedo neste ano o governo implementou medida para limitar o uso do rotativo do cartão de crédito a um prazo máximo de 30 dias, estabelecendo que os bancos deveriam obrigatoriamente enquadrar suas políticas até o início de abril.

Num reflexo das mudanças, os juros totais do rotativo do cartão de crédito para pessoas físicas caíram a 422,5 por cento ao ano, sobre 490,3 por cento no mês anterior.

Considerando apenas o rotativo regular, que abarca operações cujo pagamento mínimo previsto pela legislação em vigor tenha sido realizado, a queda foi ainda mais expressiva: os juros médios recuaram a 296,1 por cento ao ano em abril, ante 431,1 por cento em março.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCréditoeconomia-brasileira

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto