Economia

Especialistas discutem no Rio como ampliar competitividade

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil, é preciso uma melhoria na infraestrutura, com destaque para portos, e na logística em geral

Porto de Santos: segundo a AEB, o Brasil deve se ater à área de manufaturados, que enfrenta dificuldades para se manter competitiva no mercado internacional (Germano Lüders/EXAME.com)

Porto de Santos: segundo a AEB, o Brasil deve se ater à área de manufaturados, que enfrenta dificuldades para se manter competitiva no mercado internacional (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 08h23.

Rio de Janeiro - Cerca de 2.800 líderes empresariais, autoridades governamentais e profissionais que atuam na área de comércio exterior participam, a partir de hoje (18), do 30º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2011), no Rio. O evento é promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e tem como tema central a competitividade da economia brasileira.

O vice-presidente da AEB, Fábio Martins, disse que embora o governo venha se mostrando sensível a questões como a necessidade de desoneração da produção na área industrial, é preciso uma melhoria na infraestrutura, com destaque para portos, e na logística em geral.

“Esses elementos vão permitir que o produto brasileiro ganhe competitividade e possa enfrentar a grande concorrência que existe no mundo, inclusive compensando a excessiva valorização da moeda”.

Segundo Martins, esses são os principais pontos defendidos pelas entidades que atuam no comércio exterior. Segundo a AEB, os temas são vitais para que a exportação brasileira recupere terreno, com destaque para a área de manufaturados, que enfrenta dificuldades para se manter competitiva no mercado internacional.

Outra preocupação que está sempre presente nos debates é a agregação de valor. Nesse aspecto, destacou Martins, sobressai a importância da inovação como elemento fundamental para a competitividade, na medida em que incorpora mais tecnologia ao processo produtivo e ao produto, gerando maior valor.

O vice presidente da AEB lembrou, entretanto, que o que ocorre hoje é que os valores que cada produto incorpora têm sido favoráveis às commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no exterior), que tiveram aumentos significativos de preço, o que estimulou os produtos a serem exportados na sua forma primária.

“O problema é que as commodities têm um comportamento de preço ditado pelas cotações internacionais, pelas bolsas de mercadorias, e isso acaba sendo uma formação de preço que não depende da ação do produtor mas, sim, da própria lógica do mercado”.

A AEB continua defendendo que o melhor para o Brasil é incorporar mais tecnologia e vender produtos de maior valor agregado. “Mas, para isso, é preciso que as condições de competitividade favoreçam essa exportação”, observou Martins.

Outros fatores impedem a expansão do comércio exterior brasileiro. Entre eles, o vice-presidente da AEB citou a elevada carga tributária, que tira a competitividade da empresa exportadora nacional. Outro problema é o excesso de burocracia. “Tudo isso acaba acarretando mais custo àquilo que se convencionou chamar de custo Brasil”.

Outros temas de interesse do setor serão debatidos no Enaex 2011, como defesa comercial, câmbio, modernização da aduana brasileira. Como já é tradição no Enaex, ao final do encontro serão elaboradas propostas para encaminhamento ao governo federal, “buscando equacionar essas dificuldades que enfrentamos nas exportações”, acrescentou Martins.

O encontro será aberto às 9h, com pronunciamento do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, sobre A Política de Desenvolvimento da Competitividade e o Comércio Exterior. À tarde, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, abordará o tema Inovar para Competir: Financiando a Incorporação Tecnológica. O Enaex 2011 vai até amanhã (19).

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