"Pão e trabalho" pichado na entrada de uma agência de empregos em Madri: o índice de desemprego atingiu a taxa recorde de 22,85% no final de dezembro (Jorge Guerrero/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 17h41.
Madri - A economia espanhola registrou um crescimento negativo no último trimestre de 2011, com uma queda de seu PIB de -0,3% em relação ao trimestre precedente, e um leve crescimento de 0,7% em todo o ano de 2011, segundo cifras oficiais provisórias publicadas nesta segunda-feira.
É a primeira vez desde o quarto trimestre de 2009 que a economia espanhola registra uma baixa, num momento em que o Banco da Espanha prevê uma volta à recessão em 2012.
Este resultado confirma um balanço sombrio para a economia espanhola em 2011, também marcado por um índice de desemprego recorde de 22,85% no final de dezembro.
Segundo cifras oficiais publicadas na sexta-feira, a Espanha registrou cerca de 5,3 milhões de desempregados no final de 2011, ou seja, uma taxa de 22,85% da população ativa, a mais elevada desde o primeiro trimestre de 1995.
No último trimestre, a atividade econômica sofreu "com uma contribuição mais negativa da demanda nacional, compensada em parte pelo aporte positivo do setor externo que aumentou em relação ao trimestre precedente", destacou o Instituto Nacional da Estatística (INE) em um comunicado.
As cifras definitivas serão publicadas em 16 de fevereiro.
A Espanha, que foi privada a partir de 2008 de seu motor econômico, a construção, num momento em que explodia a crise internacional, oscila desde então entre a recessão e o crescimento nulo, enquanto que o número de desempregados aumenta regularmente.
Depois de uma queda do PIB de 3,7% em 2009, a economia espanhola registrou um retrocesso de 0,1% em 2010.
A situação poderá ser ainda mais crítica em 2012. O Banco Central prevê uma baixa da atividade de 1,5% e um índice de desemprego de 23,4%, esperando apenas um leve crescimento para 2013, de 0,2%, e um índice de desemprego com baixa mínima a 23,3%.
Neste contexto e, segundo inúmeros economistas, o objetivo oficial de levar o déficit a 4,4% do PIB no final de 2012 parece quase impossível, depois que o país superou em dois pontos a meta de 6% que havia fixado para 2011.