Espanha: símbolo da crise na Espanha desde a explosão da bolha imobiliária em 2008 e a disparada do desemprego, os despejos provocam a indignação do país. (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2013 às 15h42.
Madri - As expulsões de proprietários ou inquilinos superendividados registraram um novo recorde em 2012 na Espanha, em alta de 16,7% em relação a 2011, elevando o número de despejados a quase 253 mil desde 2008, segundo dados publicados nesta sexta-feira por autoridades judiciais espanholas.
Desde 2008 foram pronunciadas 415.117 ordens de despejo e 252.826 delas foram executadas, ou seja, cerca de 61%, anunciou o Conselho Geral do Poder Judiciário.
Estes números envolvem inquilinos e proprietários de casas e salas comerciais que deixaram de pagar seu aluguel ou crédito imobiliário.
Em 2012, a justiça espanhola pronunciou 91.622 lançamentos de ordens (17,7% a mais que em 2011), 75.605 das quais foram executadas, 16,7% a mais que em 2011, um ano que já havia batido recordes com 64.770 despejos.
Entre as regiões mais afetadas figura a Catalunha (nordeste), que representa 20,3% do total de ordens de expulsão, seguida pela Andaluzia (sul), com 19,6%, Valência (leste), com 17,6%, e Madri (centro), com 10,1%.
Símbolo da crise na Espanha desde a explosão da bolha imobiliária em 2008 e a disparada do desemprego, os despejos provocam a indignação do país, agravados pelos vários suicídios de pessoas que estavam perto de perder as suas casas.
Diante da multiplicação dos despejos, o governo espanhol tomou várias medidas parciais e realizou a reforma da lei que regula o mercado hipotecário, refutada pelo Tribunal de Justiça da UE ao considerar que viola a normativa europeia sobre proteção dos consumidores.