O vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, explicou que a ajuda solicitada pelo governo espanhol é considerada um "investimento" do Estado (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 12h19.
Bruxelas - O comissário de Concorrência e vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, declarou nesta terça-feira que a Espanha cobrará juros de pelo menos 8,5% anuais dos bancos que receberem ajuda para se recapitalizar pois isto é exigido pelas normas comunitárias.
Em entrevista para a Agência Efe, Almunia explicou que a ajuda solicitada pelo governo espanhol para sanear seu sistema financeiro, que será distribuída por meio do Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), é considerada um 'investimento' do Estado.
Se os bancos nos quais a Espanha injetar fundos se recuperarem, o Estado ganhará dinheiro, mas se as instituições não melhorarem, o FROB perderá dinheiro.
Por isso, Almunia insistiu em que as injeções de capital devem servir para 'endireitar a saúde das entidades', que terão que contar com um modelo de negócio viável e estarão obrigadas a realizar uma reestruturação.
Assim, depois de certo tempo, quando se notem os efeitos positivos da reestruturação nos resultados do banco resgatado, o valor das instituições aumentará.
O comissário europeu lembrou que isto é o que está se sucedendo com algumas instituições que foram nacionalizadas em outros países há três ou quatro anos, o que permite aos Estados recuperar o investimento e até mesmo ter lucro.
Almunia explicou que o FROB poderá fazer chegar a ajuda europeia aos bancos espanhóis por meio da compra direta de ações ou através de bônus conversíveis (CoCos).
Se a injeção de capital for feita mediante a compra de ações, o valor destes títulos determinará se o Estado recuperará antes ou depois seu investimento, pois poderá ir recebendo dividendos se a entidade tiver lucro.
No caso da ajuda chegar por meio da compra de CoCos, o Estado receberá juros fixos anuais por esses instrumentos de capital. Neste caso, os juros mínimos aceitos pela Comissão em casos anteriores foi de 8,5%, destacou o comissário.